Continua irregular a distribuição de leite para as 80 mil famílias carentes que são cadastradas em todos os 102 municípios do Estado. Isso ocorre porque os agricultores que fornecem o produto ao Programa do Leite estão com os pagamentos atrasados e decidiram reduzir a quantidade de leite repassada diariamente ao programa de 80 para 50 mil litros.
Dessa forma, as famílias, que recebiam sete litros de leite por semana para ajudar na alimentação de crianças, idosos e nutrizes, estão recebendo quatro ou até menos litros. É o que acontece em Monteirópolis, no Sertão, onde a distribuição está irregular há várias semanas e prejudica mais de 200 famílias.
De acordo com uma senhora de Monteirópolis que não quis se identificar, nas sextas-feiras, quando geralmente são entregues três litros para passar todo o fim de semana, somente três são repassados. Nesta semana, não houve entrega de leite na segunda-feira (11).
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), que coordena o Programa do Leite, o atraso no pagamento aos agricultores ocorre porque o governo federal não vem cumprindo com sua parcela. “Temos um saldo de R$ 13 milhões para receber do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS)”, afirmou o secretário da pasta, Álvaro Vasconcelos, durante solenidade de lançamento do Plano Safra 2016/2017, no Palácio República dos Palmares, em Maceió, nesta quinta-feira (14).
Segundo ele, que na semana passada esteve numa reunião no MDS, em Brasília, acompanhado por produtores e líderes do segmento rural, para tratar do assunto, o ministro ficou de dar uma previsão de liberação do recurso ainda esta semana e disse que o programa não vai parar em Alagoas.
“Por determinação do governador Renan Filho, o Programa do Leite não se encerrou nem vai parar. O governo do Estado vem cumprindo com sua parte, com recursos do Fecoep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza)”, explicou o secretário.
Ele informou ainda que, além de pagar as parcelas atrasadas aos agricultores, o Estado quer reajustar o preço do leite para conseguir trazer de volta os agricultores que estão vendendo o produto para a iniciativa privada. “O produtor está esperando que o programa tenha um reajuste para voltar, para assim retomarmos a normalidade. Acreditamos que o repasse de leite dos agricultores para o programa saiu de 80 para cerca de 50 mil litros diários”, afirmou Álvaro Vasconcelos.
Ele também ressaltou que, apesar da crise pela qual passa o programa há cerca de quatro meses, nenhuma das 80 mil famílias beneficiárias será excluída. Na outra ponta, segundo ele, o agricultor recebe R$ 1,14 por cada litro de leite. “Além disso, os agricultores que fornecem ao programa recebem outros benefícios, como bagaço de cana para complementar a alimentação do rebanho, tanque de resfriamento para armazenar o leite das associações e caminhões refrigerados para fazer o transporte do produto até os laticínios”, citou o secretário.
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