A crise pela qual passa o Programa do Leite parece longe do fim. Isso porque o governo estadual ainda aguarda o repasse de R$ 9,5 milhões pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para fazer o pagamento aos agricultores, que estão com 6 quinzenas em atraso.
Diante dessa situação, muitos agricultores estão reduzindo a quantidade de leite que entregam ao Programa e redirecionando o produto para a iniciativa privada. Resultado: falta leite para atender todos os dias às 80 mil famílias beneficiadas em todo o estado.
No município de Monteirópolis, no Sertão, pela terceira semana seguida, os beneficiários estão recebendo apenas 4 litros de leite, ao invés de 7 litros, como recebiam antes da atual crise.
Algumas mães que não quiseram se identificar procuraram a reportagem do Correio Notícia para dizer que não têm condições de comprar leite nos supermercados locais para complementar a alimentação de seus filhos, nos dias em que não recebem o produto pelo programa estadual.
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), a redução na quantidade de leite para as famílias beneficiárias já atinge todo o estado. A Seagri informou ainda, por meio de sua assessoria de comunicação, que “fica impossível dar alguma previsão sobre a normalização do programa, como também o envio do restante da parcela”, uma vez que o MDS continua sem cumprir o cronograma de desembolso do recurso.
O Programa do Leite é coordenado pela Seagri e recebe recursos por meio de um convênio entre o governo do Estado, que garante 20%, e o governo federal, que disponibiliza 80% do valor por meio do MDS.
Sem receber os pagamentos há 6 quinzenas, muitos agricultores diminuíram a quantidade de leite que entregam ao Programa do Leite (Foto - Diego Barros) |
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