O Sindicato dos Servidores Públicos de Mata Grande emitiu uma nota pública de repúdio, nesta quinta-feira (16), contra o reajuste de 7% anunciado pela prefeita Fal Farias para os profissionais da educação da rede municipal. Segundo a entidade, o percentual está muito abaixo do necessário para recompor as perdas salariais da categoria, que acumula uma defasagem de 36% em relação ao Piso Salarial Nacional do Magistério.
A proposta da gestão municipal prevê a aplicação do reajuste de forma parcelada, com 3,5% em junho e os outros 3,5% apenas em outubro, dois meses antes do fim do ano. Para o sindicato, o parcelamento demonstra descompromisso com a valorização profissional, além de ignorar a defasagem acumulada ao longo dos anos.
"Repudiamos o recente anúncio feito pela prefeita Fal Farias de um mísero reajuste de 7%, fracionado em duas parcelas, sendo que a primeira só será paga agora e a segunda somente em outubro", destacou a nota. A entidade lembra ainda que, embora a data-base local para reajustes seja junho — conforme lei municipal —, o reajuste nacional de 6,27% definido pelo Governo Federal passou a valer em janeiro. “Na prática, já perdemos cinco meses de reajuste, e agora recebemos uma proposta que sequer cobre a inflação do ano, prevista em 5,51%”, aponta o texto.
O sindicato também denunciou o que chamou de "maquiagem da realidade", ao criticar a maneira como a prefeitura apresentou o reajuste à população. “A gestão tenta vender à sociedade um aumento de 12%, somando o percentual de 7% ao quinquênio, que é um direito automático do servidor a cada cinco anos, e não tem relação com reajuste salarial”, afirma a nota. “Trata-se de um desrespeito com a inteligência dos profissionais da educação de Mata Grande.”
A entidade afirma que já havia alertado oficialmente a gestão municipal, por meio de ofício protocolado no dia 8 de maio, sobre a grave defasagem nos salários dos professores. Ainda assim, a prefeitura ignorou o alerta e apresentou uma proposta que representa menos de 10% do déficit salarial acumulado, segundo cálculos do sindicato com base nas tabelas do Plano de Cargos e Carreiras.
Apesar da crítica ao reajuste, a nota afirma que o sindicato respeita o que foi aprovado em lei quanto à data-base, mas não aceita que o percentual seja menor que o reajuste nacional e inferior ao índice inflacionário. “É inadmissível que a educação municipal continue sendo tratada com tanto descaso”, finaliza o texto.
A proposta de reajuste ainda será encaminhada à Câmara Municipal para apreciação dos vereadores.
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