Trabalhadores da construtora Odebrecht interditaram os dois sentidos da rodovia AL-220, em São José da Tapera, em frente ao trevo que dá acesso a Senador Rui Palmeira e ao canteiro da obra do Canal Do Sertão, na manhã desta sexta-feira (13), em protesto contra as demissões.
Eles temem que, caso o governo Bolsonaro não libere os recursos em atraso, a obra seja totalmente paralisada e os trabalhadores restantes sejam também demitidos. O protesto, que teve início por volta das 6h, foi encerrado às 9h.
Possibilidade de paralisação
De acordo com o blog do jornalista Edivaldo Júnior, segundo os responsáveis pela obra, 135 trabalhadores foram demitidos desde março. Outros 260 trabalhadores devem ser dispensados ainda este mês.
A obra está sendo executada no trecho 4 e já estaria quase 90% concluída. Com o atraso na liberação dos recursos, segundo os responsáveis, a obra vai parar completamente na próxima – a não ser que os governos do Estado e federal consigam regularizar os pagamentos.
O secretário de Infraestrutura do Estado, Maurício Quintella, confirmou ao blog o risco de paralisação da obra do Canal do Sertão, em matéria publicada no dia 10 deste mês.
“Conseguimos empenhar, com a ajuda da bancada federal, R$ 60 milhões em julho, mas os recursos não foram liberados. Como a empresa vem trabalhando desde março sem receber qualquer repasse, é possível uma paralisação sim nos próximos dias ou semanas”, pondera.
Segundo Quintella, o governo federal tem alegado dificuldades financeiras para assegurar os repasses de recursos para o Canal do Sertão e outras obras. “Está realmente difícil realizar obras com recursos federais. No caso do Ministério (Desenvolvimento Regional), ele tem priorizado a distribuição de verbas na razão de 65% para habitação (Minha Casa Minha Vida) e 35% para obras hídricas. O governo, no entanto, decidiu priorizar obras hídricas de execução direta, a exemplo da Transposição do São Francisco. Com isso, o Canal do Sertão deve sofrer uma paralisação até que essa situação seja resolvida”, aponta.
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