O bordado feito por mulheres de Olho D’água do Casado, no Sertão de Alagoas, tem ganhado o Brasil e ajudado a melhorar a renda de várias famílias do município. À frente desse trabalho está a costureira e bordadeira Mestra Graça, que lidera uma associação com mais de 20 mulheres e usa o talento coletivo para valorizar a cultura local e movimentar a economia da cidade.
Com experiência desde a infância, quando aprendeu a bordar com a avó e a mãe, Mestra Graça viu no turismo a chance de transformar a tradição em oportunidade. “O turista precisa levar algo que represente a cidade. Foi aí que pensei no bordado como produto local”, explicou durante entrevista à Revista Alagoana.
Além das peças bordadas, ela também produz licores artesanais com sabores típicos da região, como caju, umbu-cajá e murici. A associação funciona sem mensalidade e cada mulher é paga de acordo com o que produz.
O trabalho já foi levado para feiras em estados como São Paulo, Paraíba e Rio Grande do Sul. Em Alagoas, os produtos também são vendidos em lojas e shoppings da capital.
Segundo Mestra Graça, o bordado não representa só renda. “É autonomia, confiança e orgulho. Muitas mulheres que hoje vivem disso antes não tinham nenhuma renda”, afirmou ainda durante a entrevista à Revista Alagoana.
Ela também realiza oficinas em outras comunidades e assentamentos com apoio de movimentos sociais. O objetivo é deixar um legado: provar que é possível viver do que se produz com as próprias mãos e manter viva a identidade do Sertão.
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