No material, o historiador Douglas Apratto Tenório diz que Delmiro foi “homem persistente, inovador e determinado” e que, devido a essas qualidades, ele conseguiu organizar o projeto da Fábrica da Pedra num ambiente tão hostil, como era o Sertão de Alagoas por volta de 1911.

Em três páginas dedicadas ao sertanejo, o historiador fala da indústria têxtil, das vilas operárias e da usina hidrelétrica de Angiquinho, que se tornou patrimônio histórico, por usar água do Rio São Francisco para produção de energia elétrica.

Delmiro também é chamado de “Mauá do Sertão”, numa comparação com o também empreendedor “Barão de Mauá”, que viveu no Rio de Janeiro, no século XIX, e tentou industrializar a região.

“Delmiro Gouveia foi responsável pela abertura de estradas de rodagem e pela construção de um complexo de algodão. Sua fábrica de linha de coser competia e ganhava das grandes empresas internacionais, como a Machine Cotton. Ele tinha gosto pela pesquisa e introdução de novas tecnologias. No entanto, o maior feito de Delmiro Gouveia foi a construção da primeira hidrelétrica brasileira, a Angiquinho, ao lado da emblemática Vila Operária da Fábrica da Pedra, indústria que era movida pela força da pequena usina, que deu início à produção de energia elétrica do país”, relata o historiador.

“Alagoas conheceu o desbravamento de uma zona de caatinga inóspita, com gente de todos os lugares indo em busca de trabalho naquele colossal canteiro de obras, dotado de núcleo residencial, escolas, hospital, comércio, transformando a região e a mentalidade do povo em pleno sertão. O sonho de Delmiro Gouveia foi concretizado”, afirma Douglas Apratto Tenório, em outro trecho.

Delmiro Gouveia, que agora dá nome à maior cidade do Sertão de Alagoas, foi assassinado em 10 de outubro de 1917, crime que até hoje não foi totalmente esclarecido.

Publicação "Alagoas 200 Anos", do jornal Gazeta de Alagoas, destaca o empreendedor Delmiro Augusto da Cruz Gouveia em seu fascículo 5