O Atlético de Madrid está na final da Champions League pela segunda vez nos últimos três anos. O time do técnico Simeone perdeu para o Bayern de Munique por 2 a 1 nesta terça-feira (3), na Alemanha, e se classificou graças ao gol marcado fora de casa. O Atleti havia vencido a partida de ida por 1 a 0 em casa, na semana passada, e jogou de acordo com o regulamento na volta. Se fechou na defesa desde o primeiro momento, aguentou uma pressão impressionante do Bayern durante todo o duelo e fez o que precisava. Se classificou para a final que acontece em 28 de maio, no estádio Giuseppe Meazza, na Itália. O adversário sai de Real Madrid x Manchester City, que se enfrentam amanhã na Espanha após empate por 0 a 0 no primeiro encontro.
O jogo
Nos primeiros instantes da partida, a pergunta que rolava pelas redes sociais era: quanto tempo o Atlético aguentará essa pressão? A resposta mais óbvia é 30 minutos, quando finalmente saiu o primeiro gol do Bayern depois de meia hora de ataque contra defesa. A resposta menos óbvia é 180 minutos. Esse time do Atlético aguentou 90 minutos de pressão intensa no Vicente Calderón, na semana passada, e mais 90 minutos hoje, quando foi pressionado, amassado, massacrado do início ao fim e não se entregou. Aos 20 minutos, o Bayern já havia chutado seis vezes ao gol espanhol, defendido pelo goleiro esloveno Oblak, de 23 anos. A bola teimava em não entrar. Os zagueiros da equipe de Simeone parecem conhecer algum truque para frustrar aos poucos o adversário. Não importa quão boa a equipe rival seja, uma hora ela fica sem opções diante do esquema defensivo impecável montado pelo treinador argentino.
Tanto é que o primeiro gol do jogo não saiu de uma jogada trabalhada. Aos 29 minutos, Alaba foi derrubado na entrada da área do Atlético. Um minuto depois, Xabi Alonso bateu mal, a bola desviou em Augusto e matou Oblak, que só pôde olhar: 1 a 0. Aos 33, o Bayern teve a chance de colocar pelo menos um pé na final. E, mais uma vez, a oportunidade não veio de uma boa trama do ataque alemão, mas sim de uma falha individual. Giménez puxou Javi Martínez dentro da área, na cara do árbitro, que não teve dúvidas e marcou pênalti. Müller bateu e Oblak defendeu. A primeira etapa terminou com 72% de posse de bola para o time de Guardiola, que, no entanto, só estava conseguindo levar a partida para a prorrogação.
Na volta do intervalo, Simeone colocou mais um homem de frente para explorar melhor os contra-ataques: Carrasco foi a campo no lugar de Augusto. O Atlético melhorou. Começou a prender mais a bola no ataque, mas ainda assim era amplamente dominado pelo Bayern. Aos 8 minutos, porém, Fernando Torres, no meio de campo, lançou Griezmann na correria. O francês deixou os zagueiros para trás e bateu com categoria na saída de Neuer para deixar tudo igual: 1 a 1. O pesadelo alemão estava completo: para se classificar agora eram necessários dois gols em um time que não toma gols. O jeito foi investir nos chutes de longe e bolas cruzadas na área. Em uma delas, aos 28 minutos, Vidal ganhou por cima e tocou para o meio, onde Lewandowski só empurrou para as redes. Naquele momento o cenário era difícil, mas possível, pensamento que durou apenas 10 minutos para os anfitriões. Quando o árbitro errou ao marcar pênalti de Martínez em Fernando Torres (veja o lance no minuto a minuto abaixo), o sonho de chegar à final parecia ter ido por água abaixo. Neuer, porém, defendeu cobrança de Torres e deu à torcida mais alguns minutos para sonhar.
Não foi suficiente. O Atlético se segurou na defesa e garantiu a classificação para a decisão da Champions League. Vice-campeão em 2013-2014, Simeone pode reencontrar mais uma vez o algoz daquela edição: o Real Madrid enfrenta nesta quarta o Manchester City e precisa da vitória para reeditar a final espanhola em 28 de maio.
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