O Botafogo fez além do que precisava na noite do último domingo, ao vencer o Flamengo por 4 a 1 e retomar a liderança do Brasileirão. O objetivo era vencer e reassumir o topo que havia perdido no dia anterior para o Fortaleza, mas Artur Jorge e seus comandados foram além. O time aplicou uma goleada com imposição, que saiu barata para o rival, e deu embalo em busca da classificação contra o Palmeiras, na próxima quarta-feira.
Contrariando a expectativa, o treinador português colocou força máxima. Em função da proximidade da decisão na Conmebol Libertadores, se esperava que ele poupasse parte dos titulares, mas a escalação foi uma demonstração de que o Alvinegro deseja brigar forte pela competição nacional também.
Botafafogo entrou em campo com: John; Mateo Ponte, Bastos, Barboza e Cuiabano; Gregore, Marlon Freitas, Luiz Henrique, Thiago Almada e Savarino; Igor Jesus.
Se a posse de bola foi equilibrada - 52% para o Botafogo e 48% para o Flamengo - a diferença esteve na objetividade na construção de jogadas de perigo. E isso ficou evidente no Alvinegro, que se colocou no campo do rival com verticalidade e teve Marlon Freitas como um maestro no meio de campo. O volante deu o "tom" do time e uma assistência na medida para Mateo Ponte surgir como elemento surpresa no meio da zaga rubro-negra e abrir o placar, logo aos dois minutos de jogo.
Parte do ímpeto do Botafogo pode se justificar no comportamento tático do time, que vai recebendo algumas variações jogo a jogo. Para ter mais volume pelo lado direito de ataque, o jovem lateral-direito Mateo Ponte - única opção da posição - foi lançado à frente na maior parte e contou com a cobertura de Gregore. O volante, inclusive, virou o terceiro homem na saída de bola, pelo lado de Mateo. A estratégia ampliou o campo para criar e ajudou a ter mais contenção defensiva.
O Flamengo ensaiou uma reação quando igualou na ligação direta e boa arrancada de Bruno Henrique sobre Mateo, aos 23. Bem postado defensivamente, o Alvinegro só sofreu perigo outras duas vezes no primeiro tempo.
Entre individualidades e força do elenco, Botafogo perde chances, mas ainda sobra diante do rival
O Botafogo acumulou chances perdidas no segundo tempo, mas o volume criado, ainda assim, foi suficiente para decretar a goleada. Jogadores discretos no primeiro tempo, reapareceram com o protagonismo esperado, caso de Thiago Almada, Igor Jesus e Luiz Henrique.
O meia argentino decidiu chamar a responsabilidade e apostar na individualidade. E na primeira investida, contribuiu para o gol de Igor Jesus. O meia conduziu pela esquerda rumo à área, chutou forte, a zaga rebateu, mas a bola ficou viva para o centroavante empurrar para as redes.
A vantagem no placar não acomodou o time, que seguiu em cima, aproveitando os espaços deixados pela falta de entrosamento do time misto do Flamengo. Foi então que Luiz Henrique se aproveitou de sua habilidade, força e velocidade para se impor diante de Ayrton Lucas - substituído por Varela depois.
Assim como Almada, o camisa 7 apostou no um contra um, driblou e incomodou a defesa flamenguista, que acabou cometendo pênalti no atacante - antes ele ainda havia servido Tiquinho, que desperdiçou uma boa chance. Na cobrança, Almada chutou fraco e baixo, e Rossi fez a defesa.
Matheus Martins entra, brilha e decreta goleada
O atacante recém-contratado era apontado como um possível titular em caso de rodagem do elenco, mas iniciou no banco de reservas e só entrou 28 minutos do segundo tempo no lugar de Almada. Ele ocupou o lado esquerdo do ataque e demonstrou vontade, insistindo para forçar o erro da defesa rubro-negra.
O pouco tempo em campo foi suficiente para brilhar com dois gols e se colocar na briga por um lugar no time. Aos 38 minutos, Savarino recebe bom passe de Tchê Tchê, cruza e acha Matheus livre, que só tem o trabalho de empurrar para o gol.
Dez minutos depois, já nos acréscimos, Allan lança o atacante, que invade a área, desloca David Luiz e chuta no cantinho. Fim de jogo: Botafogo 4 x 1 Flamengo.
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