O vice de futebol do Flamengo, Marcos Braz, quebrou o silêncio e explicou por que afastou Gabigol por duas partidas. O dirigente afirmou que tomou a decisão por causa dos atos de indisciplina que presenciou no vestiário da final da Copa do Brasil. Ele garante não ter levado em conta as críticas do jogador à diretoria e o anúncio do camisa 99 de que deixaria o clube ao término da temporada.
O dirigente não quis detalhar a gravidade ou especificar qual episódio presenciou na Arena MRV. Na ocasião, Gabigol se irritou com a substituição no intervalo. Ele deu as costas, isolou-se ao saber da mexida e resmungou com a decisão de Filipe Luís. Braz afirmou que a decisão foi tomada por ele e apenas comunicada ao treinador rubro-negro.
– A gente não precisa externar nem qualificar o episódio. O que posso falar é que a gente está há seis anos na vice-presidência de futebol e sempre administrando não só situações do Gabriel, mas de outros jogadores também. A gente sempre fez com a mesma métrica. Quando a gente achava que o clube deveria se posicionar, a gente chegou e sempre fez isso de maneira pontual.
Eu comuniquei ao Filipe Luís, claro que a gente sempre tem uma boa conversa, tenho uma excelente relação com ele. Mas, para deixar claro, o Filipe Luís foi comunicado
— Marcos Braz.
– O que o Flamengo fez nada tem a ver com o que ele falou. Agora, vou deixar claro, o que foi dentro do vestiário ficará no vestiário, mas um ou dois fatos eu presenciei. Entendemos que precisaria ter um ajuste, e isso foi feito com o Gabriel saindo dos jogos contra Atlético-MG e Cuiabá. Ele voltará normalmente a partir do próximo jogo, contra o Fortaleza, e cumprirá seu contrato até o final como fez até agora com muita tranquilidade, e o Flamengo também – explicou Braz.
O vice-presidente de futebol admitiu que tinha esperança em uma reviravolta e na permanência de Gabriel por mais tempo no Flamengo. No entanto, a situação ficou insustentável depois do tom da entrevista logo após o título da Copa do Brasil.
– Eu tinha esperança de ajustar, sabia como era complexo, sabia o que as partes deveriam ceder. Isso não foi possível, mas eu fiquei no meio desse processo tentando equacionar esse problema.
– Acho que aquele momento era um momento de título, um título importante de nível nacional contra um adversário histórico nosso. Mas a gente não pode controlar isso, nem ficar chateado ou fora do controle por causa disso. O jogador entendeu que deveria se pronunciar naquele momento. Mais uma vez, acho que poderia ter evitado, mas é um direito do jogador de se colocar – pontuou o dirigente.
A relação entre Marcos Braz e Gabriel melhorou depois de um bate-papo entre eles, pontuando os problemas e externando as divergências sobre o afastamento. A intenção de ambas as partes é encerrar o ciclo do jogador no clube da melhor maneira possível, até por respeito à torcida.
Por isso, o Flamengo projeta uma despedida à altura do tamanho do camisa 99 na história rubro-negra. O clube ainda tem dois jogos no Maracanã pelo Brasileirão: Internacional, dia 1º de dezembro, e Vitória, dia 8.
– Essa celebração deveria ser feita no Rio de Janeiro. É como o atleta quer, como a gente quer. E acho que é importante a gente falar do que foi a passagem do Gabriel aqui. O Gabriel foi importantíssimo, os títulos foram mais importantes ainda, conquistados por ele, pelo elenco que lhe ajudou. E no final é isso que vai contar.
"É uma história de Cinderela, de final feliz, essa que é a verdade. Não tenho o que lamentar, é vida que segue. Boa sorte para ele", afirmou Marcos Braz.
– Estou falando a nível Brasil, do dirigente, quando você compõe, você passa a mão no jogador, você amarela para o jogador, são todos os adjetivos possíveis. E, quando você tem um pouco mais de dureza, é o ego do dirigente, o dirigente querendo aparecer, as interpretações são diversas – disse.
Gabigol vai deixar o Flamengo como maior vencedor da história do clube, ao lado de Zico, Júnior, Arrascaeta e Bruno Henrique. O atacante soma 304 jogos e 160 gols, sendo o sexto maior goleador da história rubro-negra.
Não é apenas Gabriel que irá deixar o Flamengo. Ao término da gestão de Rodolfo Landim, Marcos Braz irá sair do cargo de vice-presidente de futebol.
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