Das vaias e gritos de "burro" (até então inéditos na atual passagem do treinador) às respostas curtas na entrevista coletiva. Fernando Diniz não escondeu sua insatisfação não só com o resultado, mas principalmente com a atuação do Fluminense na derrota por 2 a 0 para o América-MG, no último domingo no Maracanã.
Se externamente o técnico deu amostras de sua indignação, internamente ele fez questão de a expor por completo. O vestiário após a partida foi de forte cobrança por parte de Diniz, que reuniu os jogadores e subiu o tom ao exigir maior empenho para o time conseguir render ao seu estilo.
De cabeça quente durante a bronca, o treinador, que está nos últimos meses de contrato e já negocia uma possível renovação, teria dado a entender para o grupo que poderá interromper o trabalho se não conseguir mais fazer a equipe evoluir.
Não houve discussão ou réplicas dos jogadores, que entenderam a cobrança e assumiram sua parte da responsabilidade, embora também tenham reconhecido que nenhum outro time havia marcado o Fluminense tão bem como fez o América-MG. Diferentemente de outros trabalhos em que Diniz foi rotulado de perder o vestiário, no Tricolor as lideranças do elenco continuam fechadas com o técnico.
Diniz viajou ainda na noite de domingo para São Paulo, onde passará a folga com a família, e por causa da viagem houve um pedido da assessoria de imprensa do clube para que as perguntas fossem curtas na entrevista. E assim também foram as respostas do técnico em uma coletiva relâmpago que durou três minutos e 17 segundos. Mas algumas frases passaram bem o recado, como por exemplo:
– Foi a postura do América-MG e a falta de postura que o nosso time teve.
– Tem que se sentir envergonhado porque teríamos que fazer muito mais do que fizemos.
– Vão jogar os jogadores que mais têm desejo de jogar.
Na zona mista do estádio, apenas Samuel Xavier passou para falar com a imprensa. Um dos mais experientes do elenco, o lateral-direito foi questionado sobre frases de Diniz na coletiva e minimizou o tom, argumentando que o técnico também os cobra nas vitórias. E garantiu que elenco e treinador estão fechados:
– Não porque estamos com três derrotas, mas o Diniz nos cobra mesmo nas vitórias. Ele tem cobrado a gente bastante. Teve jogos que a gente venceu, e mesmo assim houve conversas muitos sérias, cobranças muito duras. Então não tem nada do Diniz contra nós, nem da gente contra ele. Pelo contrário, nós estamos unidos e tem que passar por esse momento juntos. Não só momentos de vitória, alegria, mas momento ruim também. O professor está junto da gente. Então não tem nada demais, vai ter cobrança no Fluminense sempre – minimizou Samuel Xavier.
Após a terceira derrota seguida, o Fluminense estacionou nos 51 pontos e saiu do G-4: agora é o quinto colocado. O elenco tricolor terá a segunda e a terça de folga e se reapresenta na manhã de quarta-feira no CT Carlos Castilho. O time volta a campo no próximo domingo, quando visita o vice-lanterna Avaí, às 19h (horário de Brasília) na Ressacada, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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