O torcedor do Corinthians tem de cabeça a formação de vários times campeões. Nomes e posições de 1 ao 11, com um ou outro reserva que entra mais vezes. Mas o Corinthians de Vítor Pereira parece que não será mesmo marcado por definição de titulares. E, talvez, nem de sistemas táticos.
Um conceito muito usado pelo técnico em Portugal e que começa a ser falado por ele agora é a busca por um time "transformer", capaz de atuar de mais de uma forma dentro até mesmo de um mesmo jogo. Algo que só será feito com excelência com cada vez mais tempo de trabalho.
Diante da Portuguesa-RJ, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, já era esperado que o Timão teria uma escalação alternativa no jogo que carimbou a vaga nas oitavas da Copa do Brasil. Vitória por 2 a 0 sobre a Lusa, em casa, sem nenhuma dificuldade. Mas VP, mais uma vez, surpreendeu.
Geralmente escalado em linha de quatro, mas se posicionando com linha de três (ou de cinco) em momentos de jogos, o Corinthians desta vez saiu de início com três defensores: Robson Bambu, João Victor e Fábio Santos, um lateral-esquerdo de origem que virou zagueiro. Um 3-4-3, como definiu o técnico.
Uma das razões foi a ausência de laterais-direitos: Fagner e João Pedro estão machucados, enquanto Rafael Ramos será titular contra o Inter, sábado, pelo Brasileirão. Em vez de reclamações, soluções.
Gustavo Mosquito, um atacante, foi ala pela direita, atuando de forma oposta a Lucas Piton, pela esquerda. Jogadores agudos, que apoiaram bastante o ataque. Na direita, aliás, Mosquito teve liberdade para trocar de posição com Adson em alguns momentos, quando o time se fechava.
O Corinthians ainda teve Maycon e Roni pelo meio, com Giuliano, Adson e Júnior Moraes no setor de ataque. Com volume ofensivo e nenhum susto, o Timão fez 2 a 0 tranquilamente, com gols de Moraes (o seu primeiro com a camisa alvinegra!) e outro de Giuliano, em noite de atuação bastante decisiva.
Em entrevista coletiva, Vítor Pereira explicou que existe uma ideia de jogo única, que é pressionar o adversário quando há perda de bola. E que, de jogo para jogo, há algumas mudanças nas funções de cada jogador. Nesta conversa com jornalistas, uma frase chama a atenção:
– Temos que fazer os jogadores crescerem no sentido de entender o jogo, com cultura tática, que nos permita variações no sistema e que eles nos deem respostas – disse.
Vítor deixa claro que, além da busca por conquistas, haverá um legado em seu trabalho no sentido de desenvolvimento dos seus jogadores. Sorte dos mais jovens, que têm muito caminho a evoluir.
Classificado na Copa do Brasil, o líder Corinthians agora faz sequência dura: encara o Internacional no Beira-Rio no sábado, depois viaja para a Argentina para pegar o Boca Juniors na Bombonera, na terça-feira e, no retorno, ainda faz clássico contra o São Paulo dentro da Arena no domingo, defendendo o tabu de jamais ter perdido para o rival na Neo Química Arena.
Serão mais dias de rodízio, "gestão de elenco", variações táticas e, talvez, mais novidades. O Corinthians de Vítor Pereira é bastante "imprevisível". E essa palavra começa a soar cada vez melhor aos ouvidos do torcedor corintiano.
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