Uma briga supostamente motivada por uma bebedeira terminou em um assassinato, na tarde deste sábado (6), no Sítio Lajeiro, em São José da Tapera. Um jovem de 22 anos foi morto a tiros pelo primo, que permanece foragido.
Alertados por parentes da vitíma, guarnições da Polícia Militar foram ao local onde ouviram de testemunhas que o suspeito do crime teria deixado o local na companhia do cabo reformado da Polícia Militar de Sergipe, José Nilton Barros, que é pai de Leandro Pinheiro Barros, que em junho do ano passado matou com um tiro no peito a esposa, Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26, morta na calçada do fórum de Tapera. Leandro, que está com prisão decretada, continua foragido.
José Nilton foi localizado em casa, numa chácara, próximo de onde aconteceu o crime. Ele autorizou que os policiais promovessem buscas ao criminoso, que não foi encontrado. Porém, conforme relatos das testemunhas, teria sido José Nilton quem levou o criminoso ao local do homicídio após a vítima ter entrado em vias de fato com o pai do suspeito e teria sido ele quem ajudou o assassino a fugir.
Diante das versões das testemunhas - desmentidas por José Nilton - e após a apreensão de uma pistola calibre .380 na casa onde estava o militar reformado, ele foi levado para o Centro Integrado da Segurança Pública (Cisp) em São José da Tapera, onde os policiais de plantão, por questões de segurança, decidiram transferi-lo para a 2ª Delegacia Regional de Santana do Ipanema, onde o pai de Leandro foi interrogado e voltou a negar as acusações das testemunhas.
O militar reformado é um velho conhecido da polícia alagoana. Em 2010 ele teve a prisão decretada após ser indicado como líder de uma suposta quadrilha de assaltantes de bancos e roubo de carros, com participação em homicídios, adulteração de chassis e falsificação de documentos de veículos, além do comércio de veículos alienados.
Ainda segundo a polícia, chamada de “Amigos do Bem” a quadrilha era formada por cerca de 10 pessoas. No dia da operação José Nilton não foi preso. Ele estava de férias em São Paulo. O filho mais novo, irmão do homem que matou Mônica, Maxwell Pinheiro Barros, também foi preso.
Com o jovem os policiais encontraram armas e munições, inclusive de fuzil 7.62, de uso exclusivo das Forças Armadas, equipamentos de uso exclusivo da Polícia Militar, como colete à prova de balas, algemas, coldres e até medicamentos abortivos.
Naquele ano o promotor de Justiça Luiz Tenório Oliveira revelou que, além do irmão do assassino de Mônica, também foram presos Roberto Moraes de Freitas (posse ilegal de armas); Gilvan dos Santos (veículo roubado); Remi Gomes da Silva (carro roubado, posse ilegal de armas e drogas); Lucilânio da Silva Mota (veículo roubado); José Rodrigues de Oliveira (carros roubados, posse ilegal de armas e droga); Remi Gomes da Silva (veículo e cartões do Bolsa Família irregulares); Antônio Alves Rodrigues (posse ilegal de arma); Renildo da Silva (veículo irregular), Silvana da Silva Oliveira (drogas) e Joel Pinheiro de Oliveira, proprietário da Oficina Paraíba.
No ano passado, o desembargador Mário Casado Ramalho, integrante da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, extinguiu, por falta de provas, o habeas corpus impetrado em favor de Gilvan dos Santos.
O promotor Luiz Tenório também disse que José Nilton era o mandante da execução do sargento da PM de Alagoas José Pedro de Araújo, morto em janeiro de 2009, próximo da residência onde morava, na cidade de Pão de Açúcar. A esposa do militar lotado no 7º BPM, em Santana do Ipanema, Cleimárcia Souza Leite ficou ferida. Em depoimento ela revelou que os criminosos foram dois homens em uma motocicleta.
Conforme as investigações na época, o sargento integrava a quadrilha de José Nilton, mas havia decidido deixar o bando e criar outra quadrilha especializada nos mesmos crimes. José Nilton, supostamente, não gostou devido à concorrência e determinou a morte do ex-comparsa.
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