As investigações sobre uma sequência de crimes em Delmiro Gouveia tiveram novos desdobramentos, culminando na prisão de José Fidelis da Silva, conhecido como "Preto Velho", de 77 anos, e "Cabeção", de 26 anos, acusados de envolvimento no assassinato de um adolescente de 15 anos. O caso, repleto de reviravoltas, revela a complexidade do contexto de vingança e violência entre membros de facções criminosas na região.
O homicídio foi registrado no dia 26 de dezembro, no bairro Eldorado. A vítima, que tinha histórico de envolvimento em atos infracionais, foi assassinada com disparos de arma de fogo. Durante a investigação, a polícia descobriu que o crime foi encomendado por "Preto Velho", avô de Hélio José dos Santos Júnior, o "Lelo", morto em 20 de dezembro em um crime que teria sido uma queima de arquivo.
"Lelo", de 19 anos, foi executado após presenciar uma tentativa frustrada de homicídio contra um desafeto de membros de uma facção criminosa. Apesar de não ter qualquer envolvimento direto com os crimes, ele acabou sendo morto por estar no local errado e na hora errada, próximo à Praça do Skate, no bairro Campo Grande.
O avô de "Lelo", motivado pela sede de vingança, acreditava que o adolescente de 15 anos estivesse envolvido no assassinato do neto, o que, segundo a polícia, não procede. A investigação aponta que o menor, embora envolvido em atos ilícitos, não tinha qualquer ligação com a morte de "Lelo".
A mando de "Preto Velho", "Cabeção" executou o adolescente, recebendo R$ 100 de entrada e aguardando o pagamento do restante de R$ 400 após o crime. Entretanto, a ação rápida da Polícia Militar frustrou os planos. "Cabeção" foi preso enquanto tentava receber o valor restante, confessando o crime e indicando o local onde havia escondido a arma utilizada: uma espingarda artesanal.
Na sequência, "Preto Velho" também foi localizado e detido em sua residência. Ambos foram encaminhados ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e autuados por homicídio qualificado.
As autoridades reforçam que o assassinato do adolescente foi baseado em informações errôneas, alimentadas por um ciclo de violência e vingança. Os verdadeiros autores do homicídio de "Lelo" já foram identificados, incluindo um menor de idade, que não era a vítima executada por "Cabeção".
O caso destaca a importância das investigações minuciosas e da ação rápida das forças de segurança integradas para evitar novas tragédias em meio a disputas violentas entre facções. Os trabalhos foram coordenados pelos chefes da 24ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da 1ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), e major Pedro Oliveira Júnior, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
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