A maioria dos internautas que participaram de uma enquete do Correio Notícia sobre o “Caso Boiadeiro” acredita na versão da família para a morte do jovem Emanuel Messias de Melo Araújo, mais conhecido como Emanuel Boiadeiro, 30.
Ele foi morto numa operação policial realizada na madrugada do dia 1° de outubro deste ano, em Belo Monte, que, segundo a polícia, tinha por objetivo desmantelar uma quadrilha de roubo a bancos.
Na versão da polícia, Emanuel Boiadeiro e Fabrício Barbosa dos Santos, que estava com ele durante a ação, foram mortos durante um confronto. Para a família, porém, o que houve foi uma execução motivada por vingança.
A enquete, que ficou disponível para participação de 28 de novembro a 10 de dezembro, tinha como pergunta “Você acredita na versão da polícia ou da família sobre a morte de Emanuel Boiadeiro?”.
Ao todo, foram recebidas 314 participações. Dessas, 225 (71,66%) responderam que acreditam na versão da família, enquanto 89 (28,34%) responderam acreditar na versão da polícia.
É importante lembrar que essa enquete não se trata de pesquisa, e sim de mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, a qual não utiliza método científico para sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea do interessado.
Versão da família
Em entrevista ao Correio Notícia, no dia 21 de novembro, ocasião em que, a pedido da família, George Sanguinetti esteve em Belo Monte para fazer uma perícia no local da morte, a mãe de Emanuel Boiadeiro, Ana Maria das Graças de Melo Araújo, disse que o filho dela foi fuzilado.
“Fuzilaram meu filho e o companheiro dele de quarto. A polícia já fez uma perícia e a gente não pode aceitar uma perícia desse tipo onde tudo foi adulterado. Eles carregaram os corpos pra fora da casa. Um policial disse ao meu irmão que meu filho não estava na lista de assaltantes de banco”, relatou, naquela ocasião, dona Ana Maria das Graças.
De acordo com Xisto Vieira, pai de Emanuel Boiadeiro, “o único responsável pela morte do filho está dentro da Polícia Civil”. Ele explicou que, há cerca de 10 anos, Emanuel se envolveu num duplo assassinato na cidade de Batalha. Uma das vítimas seria pai do atual chefe de Serviço da DEIC, que, segundo a Família Boiadeiro, participou da operação do dia 1° de outubro deste ano, em Belo Monte, e teria usado a situação para praticar vingança.
“Agora, 10 anos depois, esse cara, aproveitando-se do governo, de um emprego que tem na polícia, desse distintivo, dessa autoridade, vir para aqui, inventar que tinha ladrão de banco aqui”, alegou o pai de Emanuel Boiadeiro. Ele também afirmou que, durante a operação, a Polícia teria implantado armas no local para incriminar os suspeitos.
Procurada pela reportagem do Correio Notícia para falar sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não iria manifestar nenhum posicionamento sobre o caso nem sobre as alegações da família de Emanuel Boiadeiro. A SSP também esclareceu que o pai do atual chefe da DEIC não foi morto. "À família cabe se manifestar da forma que lhe convier. É um direito", finalizou a SSP.
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