A prisão do homem acusado de matar a esposa em frente do fórum de São José da Tapera foi informada pela polícia no início da tarde desta quinta-feira (4). Leandro Pinheiro Barros, 38, é acusado de matar a tiros Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26, no dia 18 de junho de 2023.
A prisão foi realizada em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, depois de um trabalho da Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), com apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos da Polícia Nacional da Bolívia. Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, que foi cumprido por forças policiais bolivianas.
Os trabalhos que resultaram na prisão foram coordenados pelo delegado Thales Araújo, diretor da Dinpol. Conforme o delegado, no momento da prisão Leandro confessou o crime, mas alegou que não se lembra de como matou Mônica porque estava bêbado no dia do ocorrido.
Conforme a polícia, Leandro estava se refugiando na Bolívia na casa de uma estudante de medicina, com quem ele mantinha um relacionamento amoroso.
Ainda de acordo com Thales Araújo, o preso foi recepcionado pela polícia do Mato Grosso do Sul na fronteira com o Brasil e será recambiado para Alagoas onde ficará recluso à disposição da Justiça.
O crime
Antes de ser morta, a poucos metros da casa onde morava com o criminoso e seus dois filhos (3 e 9 anos), Mônica, que trabalhava como cuidadora em uma creche municipal em Tapera, estava na companhia de Leandro em uma festa junina promovida pela prefeitura. No evento, conforme relatos de testemunhas para a polícia, os dois teriam tido uma discussão.
Após o desentendimento, ainda conforme versão de testemunhas, Leandro retornou sozinho para casa, na Rua 13 de Maio, mesma rua onde aconteceu o feminicídio. Instantes depois foi Mônica quem também voltou para a residência. E foi no trajeto, chorando bastante e prevendo o que lhe aconteceria, que a vítima gravou um vídeo denunciando as constantes agressões praticadas pelo marido e que, se fosse morta, seria ele o autor.
“Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento extremamente abusivo. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa e o meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros”, disse Mônica, em vídeo feito com o próprio celular, antes de ser morta. Ela foi assassinada com um tiro de pistola no peito.
Prisão do pai
O policial reformado de Sergipe José Nilton Barros, pai de Leandro, está preso, recolhido em um presídio militar. Ele e Dorival Moraes dos Santos são acusados do assassinato de Danilo dos Santos Oliveira, morto a tiros na tarde do dia 6 de janeiro deste ano, na zona rural de São José da Tapera.
Testemunhas relataram que Danilo participava de uma comemoração no sítio do tio, que é pai de Dorival, quando tio e sobrinho discutiram e se agrediram. Horas após a briga, José Nilton chegou ao local dirigindo um carro, na companhia de Dorival, que é filho do dono do sítio.
Após saberem o que havia acontecido, ainda segundo as testemunhas, o militar, que estava armado com uma pistola, desferiu várias coronhadas na cabeça de Danilo, que, após cair no chão, foi atingido por cinco tiros pelo primo. Ele morreu no local.
Após o assassinato, José Nilton e Dorival fugiram, mas o militar terminou sendo preso horas mais tarde numa chácara. Dorival foi preso dias depois.
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