Uma discussão em um bar, no centro da cidade de São José da Tapera, resultou em uma sessão de pancadaria, deixando duas pessoas feridas.
As cenas de violência aconteceram no restaurante Santo Sushi e tiveram como principal protagonista o ex-jogador de futebol Cleiton Ribeiro Xavier, o “Cleiton Xavier”, atleta com passagens pelo CSA e CRB; Internacional (RS); Sport (PE); Palmeiras (SP), Seleção Brasileira e times estrangeiros.
O início de toda a confusão foi registrado na noite de 27 de novembro do ano passado, quando o casal Jucilanio Silva do Nascimento, 28, e a servidora pública municipal e estudante do curso de Direito, Maria José da Silva, 35, comemoravam a última partida válida pela Copa Libertadores, entre Palmeiras 2X1 Flamengo, no Santo Suchi, que naquela tarde e noite estava lotado de torcedores dos dois times.
Ao fim do jogo, como sempre acontece, e por se tratar de um local de encontro familiar, onde a maioria se conhece, as duas torcidas – de forma harmônica – enquanto cantavam os hinos de seus clubes, iniciaram uma brincadeira sobre quem seria o melhor time.
Teria sido neste momento que o ex-jogador, que também estava no local, passou pela mesa onde estava o casal, e Jucilanio colocou um dos braços no pescoço de Cleiton, puxando o ex-atleta. Amigos de Xavier entenderam a ação como uma agressão e deram início a um tumulto.
“Nós nunca tivemos intimidade com o Cleiton. E nessa noite, segundo meu marido, foi uma brincadeira de bêbado. Tínhamos bebido bastante e meu marido disse que puxou ele [Cleiton] pra dizer algo no ouvido dele. Só isso. Inclusive, no outro dia, alguns dos parceiros do Cleiton, que se exaltaram no restaurante, encontraram meu marido e ele [Jucilanio] pediu desculpas, confirmando que tudo foi por causa da bebida. E ficou, aparentemente, tudo resolvido”, afirma a servidora.
Porém, no último dia 29 de janeiro, por volta das 23h, no mesmo restaurante, um novo encontro entre o casal, Cleiton e seus amigos terminou em agressão física.
“Gostamos do local por ser um restaurante familiar e onde todos se encontram com todos. É um local de muito agrado. Mas naquela noite as coisas não foram boas. Passamos o dia em uma festa, curiosamente o aniversário de uma torcida do Flamengo, onde bebemos bastante e depois fomos para o Santo Sushi acompanhados de um casal”, disse Maria.
“Lembro que deixei todos na mesa e fui falar com um primo em um restaurante ao lado e, enquanto eu estava lá, o Cleiton – não sei como e nem por que – foi para a mesa onde estava meu marido e o casal que nos acompanhava e ficou conversando com eles [o casal]. Quando eu retornei para a mesa, lembro que Cleiton só falava com o casal e meu marido ficava calado e sem nenhuma explicação comecei uma discussão com ele [Cleiton]. Eu não lembro o motivo da discussão. Estava muito embriagada e me alterei bastante. Foi aí que o casal que nos acompanhava decidiu pagar a conta para que todos nós fôssemos embora. Só lembro que quando já íamos saindo o Cleiton e os amigos me derrubaram e meu marido, que, por causa da bebida, tinha perdido a coordenação motora, e nos espancaram bastante. Eram chutes e socos em todos os lugares e eles ainda deslocaram uma das pernas dele. Foram minutos de terror”, recorda a vítima.
Maria José afirma ainda que, apesar dos ferimentos, ela e o marido foram levados para casa e que após toda a violência no local o restaurante continuou funcionando normalmente.
“Com muitas dores conseguiu ir na segunda-feira [31] ao Cisp [Centro Integrado de Segurança Pública] para fazer o Boletim de Ocorrência (BO), mas os policiais disseram para retornar no outro dia. Na quarta-feira [2], foi pedido um exame de corpo de delito, que foi feito em Arapiraca, e agora aguardamos o resultado. E na semana passada também, pela internet, conseguimos fazer o BO”, declarou Maria José.
Ainda com hematomas pelo corpo e assustada, a servidora não está indo trabalhar porque está com o psicológico afetado. Maria José ainda reclama de algumas dores e só dorme sob efeito de medicamentos. Já o marido, que está desempregado, se recupera dos ferimentos sofridos.
A família admite que tem receio de sair de casa e ser novamente vítima de agressões.
“Realmente bebemos bastante naquele dia, mas isso não é razão para o que aconteceu. Não somos de violência, mas fomos atacados com uma violência sem limites pelos amigos do Cleiton, que também participou. Além da selvageria, ainda teve a humilhação, pois tudo aconteceu na frente de muita gente e em um local público, no centro da cidade”, desabafa ela.
A servidora tem tentado conseguir as imagens das câmeras de segurança do restaurante e as instaladas pela Guarda Municipal, mas não tem tido êxito. “A direção do Santo Sushi tem dito que só entrega as imagens se a polícia pedir. E diz que só entrega para eles. Na Guarda Municipal a versão não é muito diferente. A direção da GCM alega que as imagens não são nítidas”, disse.
Maria José também afirma que o casal que acompanhava ela e o marido não quer prestar depoimento à polícia. “Por algum motivo, talvez medo do Cleiton, ninguém aceita depor e contar o que houve”, desabafa a mulher.
A reportagem do Correio Notícia tentou ouvir o ex-jogador Cleiton Xavier, mas, embora as tentativas tenham sido infrutíferas, continuamos à disposição dele e das demais pessoas envolvidas no fato, para que também apresentem suas versões.
Assista ao vídeo:
Utilize o formulário abaixo para comentar.