Emanuel Messias de Melo Araújo, mais conhecido como Emanuel Boiadeiro, 30, foi morto, segundo o pai e a mãe dele, numa trama de vingança orquestrada pelo atual chefe de Serviço da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), da Polícia Civil, durante uma operação que tinha como objetivo prender uma suposta quadrilha de roubo a banco, realizada no dia 1° de outubro deste ano, em Belo Monte.
Ana Maria das Graças de Melo Araújo e Xisto Vieira Araújo, pais de Emanuel, concederam entrevista à equipe do Correio Notícia, nesta segunda-feira (21), enquanto o médico George Sanguinetti, contratado por eles, fazia um trabalho de perícia dentro da casa onde o filho deles e outro homem foram mortos durante a operação policial, que também resultou na prisão de outras quatro pessoas.
“Fuzilaram meu filho e o companheiro dele de quarto. A polícia já fez uma perícia e a gente não pode aceitar uma perícia desse tipo onde tudo foi adulterado. Eles carregaram os corpos pra fora da casa. Um policial disse ao meu irmão que meu filho não estava na lista de assaltantes de banco”, relatou dona Ana Maria das Graças.
De acordo com Xisto Vieira, “o único responsável pela morte do filho está dentro da Polícia Civil”. Ele explicou que, há cerca de 10 anos, Emanuel se envolveu num duplo assassinato na cidade de Batalha. Uma das vítimas seria pai do atual chefe de Serviço da DEIC, que, segundo a Família Boiadeiro, participou da operação do dia 1° de outubro deste ano, em Belo Monte, e teria usado a situação para praticar vingança.
“Agora, 10 anos depois, esse cara, aproveitando-se do governo, de um emprego que tem na polícia, desse distintivo, dessa autoridade, vir para aqui, inventar que tinha ladrão de banco aqui”, alegou o pai de Emanuel Boiadeiro. Ele também afirmou que, durante a operação, a Polícia teria implantado armas no local para incriminar os suspeitos.
“Tão lá quatro meninos presos e um primo do meu filho tá preso, pagando por uma coisa que não deve. Como é que assaltante de banco vai andar com revólver velho, com rifle, com carro popular? Agora, se a gente for analisar quem é ladrão de banco, a gente só vai achar dentro da Polícia”, disparou Xisto Vieira.
“A polícia tá trabalhando como na época de 64. A de hoje não está diferente. Eles vão dar as desculpas deles, porque nós estamos procurando nossos direitos”, acrescentou o pai de Emanuel.
“É uma dor muito grande, a gente quer limpar a memória do nosso filho e o nome da nossa família. Fizeram uma trama covarde para sujar o nome da nossa família. A gente espera que justiça seja feita. Eu acredito na Justiça. Já fomos à OAB, ao Ministério Público, à Secretaria de Segurança e fomos muito bem recebidos”, completou a mãe, Ana Maria das Graças.
Procurada pela reportagem do Correio Notícia, no último sábado (19), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não iria manifestar nenhum posicionamento sobre o caso nem sobre as alegações da família de Emanuel Boiadeiro. A SSP também esclareceu que o pai do atual chefe da DEIC não foi morto. "À família cabe se manifestar da forma que lhe convier. É um direito", finalizou a SSP.
Assista ao vídeo:
Utilize o formulário abaixo para comentar.