Para José Anselmo Cavalcante Melo, mais conhecido como “Preto Boiadeiro”, não há dúvidas de que foi por encomenda da Família Dantas o assassinato do pai dele, o vereador Adelmo Rodrigues de Melo, conhecido como “Neguinho Boiadeiro” (PSD), morto a tiros na tarde deste quinta-feira (9), em Batalha.
Ele e a mãe, Mércia Boiadeiro, fizeram declarações durante entrevista à TV Gazeta de Alagoas. A esposa de “Neguinho Boiadeiro” disse ainda na entrevista que a família dela já tinha informações de que carros com suspeitos estavam circulando a cidade e que chegou a pedir para o marido não ir para a Câmara de Vereadores.
“Preto Boiadeiro” é suspeito de ter atentado contra a vida do agropecuarista José Emilio Dantas, 48, pouco tempo depois do assassinato do pai. Os dois teriam travado uma troca de tiros que terminou com o integrante da família Dantas atingido com pelo menos um tiro no ombro direito. Preto, que é ex-vereador pelo município, nega participação dele e dos familiares na tentativa de homicídio.
Emílio Dantas foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. O estado de saúde dele é considerado estável. Ele é filho do ex-prefeito José Rodrigues Dantas (Zé Miguel), assassinado a tiros juntamente com a esposa em 1999, época em que era prefeito de Batalha. O referido crime foi atribuído à família Boiadeiro.
A reportagem tentou contato com integrantes da Família Dantas, mas não obteve êxito.
O crime
“Neguinho Boiadeiro”, 61, tinha acabado de sair do prédio da Câmara Municipal de Vereadores, localizada na Rua Professor Arthur Ramos, quando foi baleado e morto.
Segundo testemunhas, a vítima entrou no carro dela, uma Pajero, de cor preta e placa não divulgada, e dirigiu por cerca de 100 metros, quando foi surpreendida com os tiros que teriam sido efetuados por outros dois homens que estariam a pé.
Um policial civil identificado apenas como Joaquim Lins Neto, conhecido como "Pirauá", 55, que seria segurança do vereador, e o jovem José Oliveira da Silva, 26, também estavam no carro e foram baleados. Os dois foram socorridos para a Unidade Mista e Emergência do Agreste Dr. Daniel Houly, em Arapiraca.
Atingido no tórax e no ombro, o policial passou por processo cirúrgico e não corre risco de morte, já José da Silva, atingido de raspão em um dos braços, foi atendido e liberado.
“Com pouco tempo depois do atentado, muitos tiros foram efetuados pelas ruas, inclusive na Prefeitura e no Hospital da cidade. Atiraram para todos os lugares. O clima está sendo literalmente de guerra”, disse um morador, sem se identificar.
Guarnições do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de São José da Tapera, além de helicópteros da Secretaria de Segurança Pública (SSP/AL) foram designados para o município. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Perícia Oficial também foram acionadas.
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