O ex-prefeito de Mata Grande, José Jacob Gomes Brandão, e o ex-presidente da Câmara de Vereadores do município, José Júlio Gomes Brandão, teriam sofrido ameaças de morte no sistema prisional, em Maceió.
Conforme o portal de notícias Diário Arapiraca, o advogado dos irmãos, que são acusados de desviarem mais de R$ 12 milhões dos cofres públicos de Mata Grande, enviou uma nota à imprensa, na qual relatou que os dois foram vítimas de ameaça, nesta semana.
De acordo com o documento, um dos detentos, identificado apenas como “Bira”, estava em um dos módulos do presídio Cyridião Durval, junto com Jacob Brandão e Júlio Brandão, quando, por motivos desconhecidos, gerou um tumulto, dizendo que iria matá-los.
Segundo o advogado, que não teve o nome citado pelo site arapiraquense, o detento disse que “iria atirar nos dois e que iria esmagar as cabeças deles com pedradas, pois já tinha matado mais de 30 pessoas e que eles seriam as próximas”.
Ainda na nota, a defesa de Jacob e Júlio também informou que as ameaças foram informadas para a direção do presídio, a qual determinou que “Bira”, que é acusado de vários homicídios, inclusive, um deles teria acontecido dentro de um presídio, fosse transferido para outro módulo.
Jacob Brandão está preso desde o dia 17 de agosto deste ano. Já o irmão dele entregou-se à polícia um mês depois. Os dois são acusados de envolvimento em um suposto esquema de corrupção, que teria desviado mais de R$ 12 milhões dos cofres da Prefeitura de Mata Grande, por meio de quatro empresas fantasmas para locação de veículos.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) requereu ao Poder Judiciário a prisão de José Jacob Gomes Brandão, acusado de causar um prejuízo de mais de R$ 12 milhões aos cofres públicos daquele município, em função da prática do crime de corrupção por várias vezes.
Na denúncia que embasou o pedido de prisão, o MPE/AL explicou que Jacob Brandão, Gabriel Brandão Gomes, Diogo Medeiros de Barros Lima, Marcelo Maedson Dias de Sá, Cleriston Marinho Buarque e mais duas pessoas que fizeram colaboração premiada integraram uma organização criminosa que desviou dinheiro público da Prefeitura de Mata Grande por meio de licitações fraudadas para suposta aquisição de medicamentos. Tudo isso resultou no desencadeamento da operação Sepsi.
Na petição, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPE/AL detalhou todas as fases de como acontecia o esquema criminoso dos agentes, identificando as tratativas prévias, os acordos sobre as percentagens de propina, as empresas utilizadas para concretização das fraudes, os procedimentos licitatórios manipulados maldosamente, as pessoas que atuaram como atravessadores, os beneficiários e, principalmente, o caminho percorrido pela verba pública para que o desvio pudesse finalmente ser praticado.
Ainda segundo o MPE/AL, o crime se deu entre os anos de 2011 e 2016 e Jacob Brandão, então prefeito de Mata Grande, foi o grande beneficiário desse complexo esquema de fraudes e desvio de dinheiro. Somente no caso em questão, foram cinco procedimentos fraudados: o pregão presencial 11/2013, as renovações do contrato 11/2013, a emissão de notas fiscais falsas durante a vigência do referido contrato administrativo 11/2013 e os pregões para a contratação da Campos Distribuidora LTDA e da Cirúrgica Montebello.
Utilize o formulário abaixo para comentar.