O rapaz, que faria aniversário de 24 anos nesta segunda-feira (23), estava desaparecido desde a manhã da última quinta-feira (19), quando, por volta das 11h30, saiu de casa em uma motocicleta, dizendo para os familiares que estava indo para o Distrito do Piau. Gustavo, como era mais conhecido, não mais apareceu.

Conforme apuração inicial da polícia, o rapaz havia adquirido uma quantidade de maconha e teria dito a traficantes que o venderam que não pagaria porque a droga era de má qualidade. Por essa razão, os traficantes teriam tramado a morte do desafeto.

Ainda de acordo com o que foi investigado, um garoto de 12 anos atraiu o rapaz para uma localidade com a finalidade de usarem drogas e quando ele chegou no local foi recebido com um disparo de espingarda calibre 12, que atingiu o tanque da moto que ele conduzia, uma Honda CG, de cor preta e placa não informada.

Segundo a investigação, Gustavo ainda tentou fugir a pé, mas foi alcançado, morto a pauladas e enterrado junto com a moto que conduzia a margem de um riacho próximo do cemitério do Distrito.

Depois de três dias de buscas pelo jovem, um irmão dele tomou conhecimento de que ele tinha sido raptado e que estaria em cativeiro na residência de um traficante conhecido na região como “Paulista”.

Uma ação da Companhia de Operações Policiais Especiais do Sertão (Copes – Caatinga) resultou na localização de Josemar José da Silva, conhecido como “Paulista”, 32. Ele revelou para os policiais que a vítima tinha sido morta e mostrou o local onde o corpo havia sido enterrado junto com a moto.

Os miliares providenciaram o resgate do corpo e da moto, enquanto uma guarnição saiu à procura de outros envolvidos no assassinato. Foi preso Wellington Santos Barros, conhecido como “Bebê”, 20, e foram apreendidos dois menores de idade, um de 15 e outro de 12 anos. Na ocasião foi apreendida uma espingarda calibre 12, que teria sido utilizada na prática criminosa.

Todos os suspeitos foram levados para a Delegacia Regional de Polícia (1ª-DRP), sediada em Delmiro Gouveia, onde foram ouvidos pelo delegado regional, Rodrigo Rocha Cavalcanti.

Josemar José da Silva, o “Paulista”, inocentou os dois menores de idade e o outro preso, alegando que agiu sozinho no assassinato de Gustavo. Ele contou que na quinta-feira (19) estava em uma localidade conhecida como Ribeira, usando drogas na companhia de Gustavo, “Bebê” e os dois menores, quando se desentendeu com a vítima.

O suspeito relatou que Gustavo tentou esfaqueá-lo, no momento em que correu para dentro do mato onde costumava deixar uma espingarda calibre 12 escondida e retornou armado.

Conforme “Paulista”, ao voltar para o local, efetuou um disparo contra o desafeto, atingindo o tanque da moto dele e ele. Ainda de acordo com o suspeito, ao perceber que a vítima não havia morrido, se utilizou de um cacete para terminar de matá-la. Ele disse que as outras pessoas com quem estava fumando maconha fugiram no momento do disparo e não tiveram nenhum tipo de envolvimento.

O criminoso, que já tem passagem pela polícia por tráfico de drogas, contou ainda que depois de matar Gustavo jogou o corpo dentro de um buraco feito por caçambas que pegam areia no local e enterrou. Após isso, ele revelou que ateou fogo na moto da vítima, de modo que depois jogou o que não foi consumido pelas chamas dentro de outro buraco e também enterrou.

“Paulista” confessou ainda que escondeu a espingarda dentro do mato e que a resgatou dois dias depois, levando-a para casa, onde foi apreendida pela polícia. Ele vai responder por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e posse irregular de arma de fogo. Ele está recluso à disposição da Justiça.

O corpo do jovem assassinado foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Arapiraca (IML).