Pelo menos cinco prefeituras do Sertão são alvos das investigações da “Operação Maligno”, do Ministério Público Estadual (MPE) de Alagoas, que na manhã desta quinta-feira (16) prendeu cinco pessoas suspeitas de crimes de peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público.
As prisões aconteceram em Maceió, uma na cidade de Japaratinga, região Norte de Alagoas, e três no município de Petrolina, em Pernambuco.
As investigações, que já duram cerca de 14 meses, têm como alvo um casal que supostamente teria montado uma cooperativa de prestação de serviços, com sede no bairro da Jatiúca, em Maceió, firmando contratos com as prefeituras de Carneiros, Olho D’água das Flores, Pão de Açúcar, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira; Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Estrela de Alagoas, Tanque D'arca, Porto Calvo, Taquarana, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Chã Preta e Flexeiras.
O segundo passo das investigações é saber se prefeitos ou secretários municipais foram ou não induzidos aos crimes.
Estima-se que entre outubro de 2020 e março do ano passado a falsa cooperativa tenha movimentando cerca de R$ 243 milhões. Desse valor, R$ 46 milhões tiveram movimentações atípicas, comprovadamente, entre as contas pessoais dos criminosos ou por interpostas pessoas jurídicas criadas especificamente para a lavagem de dinheiro público.
O esquema, conforme a assessoria do MPE, oferecia às prefeituras, dentre outras coisas, serviços típicos e obrigatórios da administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de ruas, praças e avenidas, e profissionais para trabalharem como coveiro, motorista, vigia, gari, merendeira, veterinária, diretora escolar, médico veterinário, chefe de gabinete, assessor institucional, repórter e, até mesmo, fiscal de tributos.
Ainda segundo o MP, o casal que liderava o esquema desviava dinheiro público e promovia o enriquecimento ilícito da organização criminosa.
O promotor de Justiça Frederico Alves, da Promotoria de Justiça de Cajueiro, deu inicio às investigações e ao constatar que a organização criminosa era especializada em fraudes na administração pública e vender facilidades aos gestores públicos, a exemplo de funcionários fantasmas, lotação por indicações políticas, desvio de função, “rachadinha”, dentre outros ilícitos que seguem sendo apurados no processo investigativo, encaminhou as informações para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que conseguiu os mandados de prisões e busca e apreensões da 17ª Vara Criminal de Maceió.
Na operação desta quinta-feira foram apreendidos R$ 828 mil somente com o casal responsável pela cooperativa, dados telemáticos e um Porsche que pertencia ao lateral Daniel Alves, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Barcelona.
Tambem foi interditado um Hotel Fazenda, na cidade de Sento Sé, na Bahia, pertencente a um dos integrantes do grupo e o bloqueio e sequestros de bens dos denunciados no valor de R$ 46 milhões.
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