O delegado Diego Nunes, titular do 38º Distrito Policial de São José da Tapera, ouviu nesta quinta-feira (21) várias testemunhas arroladas no inquérito que apura o assassinato da jovem Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26 anos, morta a tiros na madrugada do domingo (18).
A jovem, mãe de dois filhos menores, morreu baleada na porta do fórum de São José da Tapera, a poucos metros da casa onde morava com o marido, acusado de tê-la assassinado.
Segundo o delegado, as testenunhas ouvidas, de alguma forma, podem contribuir com as investigações, pois testemunharam a discussão da vítima na noite do sábado (17) com o marido, Leandro Pinheiro Barros, ou tinham conhecimento da tumultuada relação do casal.
Até o momento, segundo o delegado, está caracterizado que a motivação do crime está relacionada ao incontrolável ciúme que Leandro tinha pela vítima, que sofria agressões físicas e principalmente psicológicas.
Mas, o depoimento que mais se destacou foi do pai do criminoso, o cabo reformado da PM de Sergipe José Nilton Barros. Para a polícia, José Nilton falou que não sabe onde está o filho e que em nenhum momento lhe deu guarita após o feminicídio.
O delegado confirmou que uma pistola modelo Taurus G3C, de 9 mm, que poderia ser a arma usada na morte de Mônica, registrada no nome de outra pessoa, foi localizada com José Nilton. A arma será periciada e o resultado eliminará as dúvidas.
O militar reformado é um velho conhecido da polícia alagoana. Em 2010 ele teve a prisão decretada após ser indicado como líder de uma suposta quadrilha de assaltantes de bancos e roubo de carros, com participação em homicídios, adulteração de chassis e falsificação de documentos de veículos, além do comércio de veículos alienados.
Chamados de “Amigos do Bem”, a quadrilha, ainda segundo a polícia, era formada por cerca de 10 pessoas. No dia da operação, José Nilton não foi preso. Ele estava de férias em São Paulo. O filho mais novo, irmão do homem que matou Mônica, Maxwell Pinheiro Barros, também foi preso.
Com o jovem os policiais encontraram armas e munições, inclusive de fuzil 7.62, de uso exclusivo das Forças Armadas, equipamentos de uso exclusivo da Polícia Militar, como colete à prova de balas, algemas, coldres e até medicamentos abortivos.
Naquele ano, o promotor de Justiça Luiz Tenório Oliveira revelou que, além do irmão do assassino de Mônica, também foram presos Roberto Moraes de Freitas (posse ilegal de armas); Gilvan dos Santos (veículo roubado); Remi Gomes da Silva (carro roubado, posse ilegal de armas e drogas); Lucilânio da Silva Mota (veículo roubado); José Rodrigues de Oliveira (carros roubados, posse ilegal de armas e droga); Remi Gomes da Silva (veículo e cartões do Bolsa Família irregulares); Antônio Alves Rodrigues (posse ilegal de arma); Renildo da Silva (veículo irregular), Silvana da Silva Oliveira (drogas) e Joel Pinheiro de Oliveira, proprietário da Oficina Paraíba. No início deste ano o desembargador Mário Casado Ramalho, integrante da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, extinguiu, por falta de provas, o habeas corpus impetrado em favor de Gilvan dos Santos.
O promotor Luiz Tenório também disse que José Nilton era o mandante da execução do sargento da PM de Alagoas, José Pedro de Araújo, morto em janeiro de 2009, próximo da residência onde morava, na cidade de Pão de Açúcar. A esposa do militar lotado no 7º BPM, em Santana do Ipanema, Cleimárcia Souza Leite ficou ferida. Em depoimento ela revelou que os criminosos foram dois homens em uma motocicleta. O sargento, conforme as investigações na época, integrava a quadrilha de José Nilton, mas havia decidido deixar o bando e criar outra quadrilha especializada nos mesmos crimes. José Nilton, supostamente, não gostou devido à concorrência e determinou a morte do ex-comparsa.
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