A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) irá investigar a série de torturas que teve como vítima um menino de cinco anos, em Pão de Açúcar. A criança, que mora com a mãe e o padrasto, no Sítio Mata da Onça, foi levada na noite da quarta-feira (21) para o hospital municipal da cidade pelo proprietário da fazenda onde eles residem.
Ao médico que atendeu o paciente, a mãe apresentou a versão que o filho havia caído de um cavalo que, assustado, teria desferido um coice e pisoteado a criança. Mas, o relato, diante do quadro clinico verificado pelo médico, não teve sustentação.
Indagada outras vezes pelo médico, um clinico-geral com 42 anos de profissão, a mãe terminou por confessar as atrocidades do marido. Segundo ela, o atual companheiro, Antônio Carlos do Nascimento, 27, com quem convive há seis meses, com ciúmes, mantinha o menino em cárcere privado e todos os dias o agredia fisicamente.
O atípico caso levou o médico a convocar a assistente social Tânia Couto, que, ao chegar ao hospital, confirmou a gravidade da denúncia. Para a profissional, a mãe da criança disse que o pai do menino mora e trabalha no Paraná e que não tem nenhum contato com ele.
O menino, que teve as nádegas queimadas, supostamente por um ferrão de marcar animais, também teve algumas costelas quebradas, o órgão genital machucado, e os olhos estavam inchados.
Com exclusividade, Tânia Couto falou com o Correio Notícia e revelou que toda a equipe que estava de plantão no hospital ficou impressionada e angustiada diante da situação.
“O médico, eu e os outros colegas ficamos com lágrimas nos olhos. Foi monstruoso o que ele fez com o enteado. O menino estava praticamente desfalecido e, se não fosse o proprietário da fazenda, essa criança certamente teria morrido”, desabafou a assistente social.
Tânia, em comum acordo com o médico plantonista, alertou a Polícia Militar (PM/AL), que foi até a casa onde mãe e filho moram e lá encontrou o suspeito dormindo, junto com uma enteada de 9 anos. Antônio Carlos foi preso e não esboçou reação.
Com a chegada de equipes do Conselho Tutelar, foi descoberto que a menina também era espancada até desmaiar pelo padrasto, que está desempregado.
A menina deverá ficar sob os cuidados dos avós, no município de Atalaia, e o menino foi encaminhado junto com a mãe, inicialmente, para o Hospital Regional de Santana do Ipanema, que, diante da gravidade do caso, o encaminhou para a Unidade de Emergência de Arapiraca, onde permanece internado.
Embora a mãe tenha negado, existe suspeita de que o menino, além das agressões físicas, também tenha sido violentado sexualmente.
Utilize o formulário abaixo para comentar.