"Mila" esteve internada por cerca de 30 dias na Unidade de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, onde os médicos recuperaram parte do rosto dela, que, por pouco, não ficou completamente desfigurado pelos cerca de 20 golpes de facão que também atingiram outras partes do corpo dela. "Mila" é mãe de uma menina de 2 anos e havia retornado para a casa dos pais em Carneiros, após vários meses residindo no Mato Grosso.

A primeira versão, a qual a polícia investiga, é que "Mila", na noite de 6 de outubro, foi para a casa de uma amiga, a poucos metros da residência dos pais, onde ficaram bebendo juntas na frente do imóvel, quando chegou ao local o agressor, o pedreiro identificado como Petrônio, de 36 anos, que teria chegado pedindo para "Mila" ficar com ele. Inconformado por receber da moça um não como resposta, ele teria ido em casa e retornado com um facão, com o qual a golpeou várias vezes em via pública.

Conduzidas pelo delegado Emanuel David, titular do 39° Distrito Policial (DP) de Carneiros, as investigações têm levado os policiais a suspeitar de que a motivação do crime pode ser outra. A vítima e a amiga, conforme outra versão, estariam bebendo na companhia de dois homens, entre eles Petrônio, que também havia chegado recentemente de São Paulo, onde trabalhava. "Mila" e o agressor teriam discutido por motivos fúteis, quando ela teria jogado um copo com cerveja no rosto dele, que teria ido para casa.

Na residência, Petrônio teria contado o que aconteceu para a esposa, que aconselhou o companheiro a ir dormir. Porém, se achando humilhado, o pedreiro teria saído escondido de casa, levando o facão por baixo da camisa até que encontrou a vítima. Após uma nova e rápida discussão, ele a atacou com as diversas facãozadas que retalharam a jovem.

Ainda durante as agressões a amiga de "Mila" e o outro homem que fazia companhia às duas teriam saído correndo, deixando a vítima caída no chão, em meio a uma poça de sangue.

Petrônio, cujo pai e um irmão são suspeitos de homicídios no Sertão, foi preso em casa, no dia seguinte, no povoado Bom Sucesso, em Santana do Ipanema. Para a polícia, ele detalhou que foi possuído por muita raiva após ser atingido pelo copo de bebida no rosto na frente de várias pessoas, negando que tivesse dado alguma cantada na vítima.