Quatro meses após o assassinato da jovem Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, de 26 anos, a polícia alagoana ainda não conseguiu prender o assassino, o marido da vítima, Leandro Pinheiro Barros, de 38 anos, que está com a prisão decretada pela Justiça.
O feminicidio, que ganhou repercussão nacional, aconteceu na madrugada de 18 de junho, a poucos metros da casa onde Mônica morava com seu matador. A jovem foi assassinada com um tiro no peito na calçada do Fórum Desembargador Telmo Gomes de Melo, em São José da Tapera.
Conforme o inquérito policial, Mônica e Leandro, na véspera do crime (17), passaram a noite nas festividades juninas promovida pela Prefeitura de Tapera, no espaço de lazer na Avenida Elísio Maia, no Centro. Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que enquanto estavam na festa o casal teria tido uma discussão provocada por ciúmes e horas após Leandro retornou para casa sozinho, deixando a esposa para trás. Porém, conhecendo o ciúme doentio do marido, Mônica também decidiu ir para casa, mas, por algum motivo, prevendo o que estaria para lhe acontecer, ela gravou vídeos, enquanto caminhava, denunciando as constantes agressões praticadas por Leandro e que se fosse morta seria ele o autor.
“Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento extremamente abusivo. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa e o meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros”, disse Mônica antes de ser morta, deixando sem mãe seus dois filhos, uma menina de quatro anos e um menino de nove, portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Diante da repercussão do caso, a Polícia Civil anunciou que uma comissão de delegados, formada pelos delegados Igor Diego, coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic); Thales Araújo, coordenador da Gerência de Inteligência Policial (Ginpol) e Diego Nunes, titular da 38º Delegacia de São José da Tapera como os responsáveis pelas investigações e buscas ao criminoso.
Na época, o delegado Rubens Martins, diretor da Gerência de Polícia Judiciária da Região 4/Sertão, disse que Leandro é CAC e possui quatro armas de fogo, sendo três pistolas e uma carabina, registradas no seu nome.
Também consta no inquérito, que já está concluído e em poder da Justiça, que Mônica, que era cuidadora em uma creche em Tapera, foi trabalhar várias vezes após ser espancada pelo marido.
Passados todos esses meses a família, que cuida das duas crianças órfãos de mãe, ao tempo que se sente ameaçada diante da não prisão do criminoso, também se mostra indignada com as autoridades que hoje mostram-se “esquecidas” do crime e a necessidade de se prender o feminicida. Nesta quarta-feira (18), ao contrário de uma manifestação pelas ruas, parentes e amigos decidiram pelo silêncio.
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