O retorno ao plantão nesta quarta-feira (21), do delegado Diego Nunes, do 38º Distrito da Polícia Civil, em São José da Tapera, dará sequência as oitivas que podem encontrar mais provas contra Leandro Pinheiro Barros, acusado de matar com tiros no peito a esposa, Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26 anos.
O crime aconteceu na madrugada do domingo (18), na Rua 13 de Maio, na calçada do fórum do município, próximo da residência onde o casal morava.
Segundo o chefe de serviço do Distrito, policial civil Laelson Cavalcante Júnior, nesta quarta são esperadas testemunhas que teriam assistido Leandro e Mônica discutirem enquanto estavam na noite do sábado (18) nas comemorações juninas promovidas pela prefeitura, no espaço de eventos, na Avenida Elísio Maia, no Centro da cidade de Tapera.
Antes de ser morta, Mônica, mãe de dois filhos, um de 9 e outro de 3 anos, gravou dois vídeos no celular dela. Nas gravações, feitas enquanto ela retornava da festividade para casa sozinha, a funcionária de uma das creches de Tapera denunciou as agressões do marido e que se ela fosse morta, o criminoso seria Leandro, o marido.
"Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento extremamente abusivo. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa e o meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros", disse a mulher chorando, anunciando a própria morte.
No domingo, após o crime, o delegado Diego Nunes ouviu duas testemunhas, entre elas o pai de Mônica, que confirmou a discussão. Os depoimentos ajudaram a polícia, segundo o delegado, a montar a primeira parte do “quebra-cabeça”.
"Em virtude dessa discussão, o esposo da Mônica retornou para casa, enquanto ela ficou no evento por alguns minutos. Após alguns instantes, ela retornou para casa e ao chegar lá a discussão entre eles reiniciou. A mulher ainda tentou escapar, mas ele sacou uma arma e disparou no peito da vítima, causando o seu óbito na calçada do fórum", confirmou o delegado.
Além do feminicídio causar indignação dos parentes e amigos de Mônica, o crime na calçada do prédio da Justiça de Alagoas é considerado uma afronta à sociedade. O crime ganhou repercussão nacional e políticos de vários partidos pediram uma ação enérgica e célere das autoridades alagoanas.
O corpo de Mônica foi sepultado na manhã desta segunda, no cemitério da cidade. Em Tapera, o medo tomou conta de muitos moradores, que preferem não falar sobre o crime.
Coordenados pelo delegado Rubens Martins, chefe da gerência da Polícia Civil no Sertão, equipes do Tático Integrado de Grupos de Resgate Especial (Tigre), da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas tentam prender Leandro, que teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (19).
Os policiais já estiveram em vários locais de cidades de Alagoas, onde o foragido poderia estar escondido, mas ele não foi encontrado. Os policiais também estiveram nas cidades de Poço Redondo e Canindé do São Francisco, em Sergipe, onde o pai do acusado e uma suposta amante moram e em cidades da Bahia.
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