Neste domingo (25) completa-se uma semana que a polícia de Alagoas não consegue prender o assassino da jovem Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, que tinha 26 anos.
O feminicídio aconteceu na madrugada do domingo (18), na calçada do Fórum de São José da Tapera. O local fica próximo da sede do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Leandro Pinheiro Barros, marido da vítima e suspeito do crime, está com a prisão decretada pelo juiz da comarca de Tapera, Leandro de Castro Folly e, segundo informações chegadas à polícia, conforme o delegado Diego Nunes, do 38º DP em Tapera, responsável pelas investigações, o matador teria sido visto no estado de Sergipe, para onde incialmente teria foragido.
Na semana passada, diante da repercussão nacional que o crime teve, o secretário de Segurança Pública de Alagoas, delegado Flávio Saraiva, falou que “era uma questão de honra prender o assassino” e que contava com todo apoio da polícia sergipana, através do secretário João Eloy, da SSP de Sergipe.
“Conversei com o secretário de Sergipe e contei sobre o caso que ocorreu em São José da Tapera, que causa muita revolta. A vítima anunciou a própria morte. Toda a polícia está envolvida para prender esse homem. Sem dúvidas que vamos prendê-lo”, confirmou Flávio Saraiva.
Antes de ser morta, a poucos metros da casa onde morava com o criminoso e seus dois filhos (3 e 9 anos), Mônica, que trabalhava como cuidadora em uma creche municipal em Tapera, estava na companhia de Leandro em uma festa junina promovida pela prefeitura. No evento, conforme relatos de testemunhas para a polícia, os dois teriam tido uma discussão.
Após o desentendimento, ainda conforme versão de testemunhas, Leandro retornou sozinho para casa, na Rua 13 de Maio, mesma rua onde aconteceu o feminicidio. Instantes depois foi Mônica que também voltou para a residência. E foi no trajeto, chorando bastante e prevendo o que lhe aconteceria, que a vítima gravou um vídeo denunciando as constantes agressões praticadas pelo marido e que, se fosse morta, seria ele o autor.
“Leandro me agrediu várias vezes psicologicamente e fisicamente. Eu fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu. Era um relacionamento extremamente abusivo. Estou apenas tentando me esconder dele. A gente estava em uma festa e o meu pai fez uma brincadeira que, infelizmente, ele não gostou. Uma brincadeira boba, sabe? Mas, por conta do álcool, ele se alterou. Na verdade, ele já estava alterado. Então, quem achar esse celular, e eu estiver morta, foi Leandro Pinheiro Barros”, disse Mônica, em vídeo feito com o próprio celular, antes de ser morta. Ela foi assassinada com um tiro de pistola no peito.
Neste domingo (25), cerca de 50 entidades promovem no Centro de Tapera um ato denominado “Chega de Feminicídio em Alagoas!”.
Apesar dos organizadores do evento terem passado todos os últimos dias anunciando que a concentração do ato acontecerá na frente da Igreja Matriz da cidade, a Paróquia divulgou uma nota em sua página no Instagram esclarecendo que o evento “não tem elo algum com a celebração eucarística”.
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