A Justiça Eleitoral da 50ª Zona, com sede em Maravilha/AL, apura uma grave denúncia de fraude à cota de gênero envolvendo o ex-vereador Afonso Gaia, em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas. A acusação envolve tentativa de suborno, áudios comprometedores e articulações políticas que podem resultar na cassação de candidaturas e anulação de votos da chapa proporcional do MDB.
Segundo a denúncia apresentada à Justiça, Afonso Gaia, que iniciou a campanha como candidato a vereador pelo Partido Progressistas (PP), teria oferecido R$ 10 mil para que a candidata Taciane, da mesma coligação de Edson Magalhães (PP), renunciasse à disputa. O objetivo seria reduzir o número de mulheres na chapa proporcional e, assim, invalidar a cota mínima de gênero, beneficiando a legenda adversária.
A proposta foi recusada por Taciane, que encaminhou o caso ao departamento jurídico da coligação. A denúncia resultou em uma representação formal junto à Justiça Eleitoral, que agora analisa a possível cassação do registro de candidatura e anulação dos votos da chapa do MDB. A Justiça também anulou a renúncia de Talita, garantindo sua permanência na disputa e evitando o colapso da chapa proporcional de Edson Magalhães.
Afonso Gaia, que antes era aliado do candidato a prefeito Edson Magalhães, surpreendeu ao abandonar sua candidatura e declarar apoio ao vereador Moacir Júnior, conhecido como “Júnior do Detran” (MDB), e ao jovem Eduardo Bulhões, neto da ex-prefeita Renilde Bulhões. A mudança repentina causou reações intensas entre os aliados do PP, que passaram a acusá-lo de traição e articulação deliberada para favorecer os adversários políticos.
A denúncia ganhou ainda mais força após a apresentação de áudios à Justiça Eleitoral. Nas gravações, Afonso Gaia aparece conversando com Taciane e sugerindo que a renúncia seria “segura” e teria o aval de Renato Holanda, o “Renatinho”, coordenador da campanha de Eduardo Bulhões e assessor do deputado federal Isnaldo Bulhões. A candidata, no entanto, rejeita a proposta e afirma que, se recebesse o dinheiro, devolveria o valor à Justiça.
O caso continua em tramitação e poderá levar à cassação do registro de Júnior do Detran e de toda a chapa proporcional do MDB, caso a Justiça Eleitoral entenda que houve tentativa de burlar a legislação eleitoral que garante a participação mínima de 30% de mulheres nas candidaturas proporcionais.
A investigação promete repercutir fortemente no cenário político de Santana do Ipanema, especialmente por envolver figuras ligadas a grupos tradicionais da cidade e nomes com influência na política estadual.
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