Matéria publicada pela revista Veja e assinada pelo jornalista José Benedito da Silva, na Coluna Maquiavel, informa que a delegada Lorena Lima Nascimento, da Polícia Federal (PF) concluiu as investigações de um inquérito da Operação Lava Jato em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), que investigava o senador Renan Calheiros (MDB-AL) . A mesa decisão também beneficia o senador Jader Barbalho (MDB-PA).
Ainda segundo o texto do jornalista, a delegada concluiu no mês passado o relatório final da apuração citando que não foram encontradas provas que confirmem as suspeitas contra Renan Calheiros seu colega de senado, suspeitos de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por meio do recebimento de propina referente a contratos da empresa Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável pelo processamento de gás natural e transporte de combustíveis. As investigações foram iniciadas em maio de 2020, após a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, indicado para o cargo por influência do MDB do Senado entre 2004 e 2014.
Em maio de 2016 o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação de Sérgio Machado, que gravou uma gravação com o senador Romero Jucá que resultou, naquela época, na saída do político do Ministério do Planejamento, para o qual tinha sido nomeado pelo presidente em exercício Michel Temer. Machado também gravou conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros e com o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).
Ao entregar as gravações aos investigadores da Lava Jato Sérgio Machado, em delação premiada, falou que entre 2004 e 2014 teria repassado cerca de R$ 32 milhões a Renan Calheiros, sendo R$ 8,2 milhões em doações oficiais e R$ 23,8 milhões em espécie. Em relação a Jader Barbalho, o ex-presidente da Transpetro disse ter intermediado propinas de R$ 4,3 milhões entre 2004 e 2012, sendo R$ 1,2 milhão em doações oficiais e R$ 3,1 milhões em dinheiro vivo.
Agora, após cerca de três anos de investigações, a Polícia Federal concluiu que “não se observou a existência de elementos que pudessem corroborar a hipótese criminal objeto da presente investigação”.
No mesmo relatório a delegada Lorena Lima textualiza que, entre as delações premiadas de Sérgio Machado e outros cinco delatores, comprovaram-se propinas pagas ao ex-presidente da Transpetro, que assumiu os crimes, mas “nenhum deles trouxe para as investigações elementos de prova que ultrapassassem as suas respectivas versões, com vistas a corroborar o suposto esquema de corrupção que teria como destinatários os parlamentares”.
“Os documentos produzidos nos autos também não foram aptos a demonstrar uma ligação direta entre os pagamentos de propina destinados ao então Presidente da Transpetro e sua destinação final, ainda que parcialmente, aos parlamentares investigados”, resumiu a delegada federal.
O relatório final da investigação assinado pela delegada já foi enviado pelo ministro do Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal que e o relator do inquérito, além da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao Ministério Público Federal (MPF) decidir se apresenta uma denúncia contra os emedebistas ou se a investigação deve ser arquivada.
O senador Renan e seu colega Jader Barbalho são pais, respectivamente, dos novos ministros dos Transportes, o ex-governador de Alagoas e senador eleito Renan Filho, e do ministro das Cidades, Jader Filho.
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