As mais recentes “canetadas” do governador Renan Filho (MDB) mexeram nos comandos da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal): os três vice-presidentes da empresa foram exonerados dos cargos, na última sexta-feira (4).
Não se sabe ainda se as mudanças – consideradas repentinas e surpresas – fazem parte do rearranjo da gestão da empresa estadual para este segundo mandato de Renan Filho ou se possuem relação com a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa Estadual (ALE).
O fato é que, além da troca dos vice-presidentes, o gerente da Companhia na Unidade de Negócio Sertão, João Neto, também foi destituído do cargo. Ele é funcionário de carreira da Casal e permanece na empresa, porém, deverá assumir outra função em breve.
Já os vice-presidentes possuem um futuro mais incerto em relação à Companhia, pois não eram funcionários da empresa. Francisco Beltrão, que ocupava a Vice-presidência de Gestão Operacional, é engenheiro da Prefeitura de Maceió. Jorge Galvão, que era vice-presidente de Gestão Corporativa, é funcionário da Prefeitura de Coruripe. Osmar Lisboa, que estava como vice-presidente de Serviços de Engenharia, é engenheiro e tem negócios na iniciativa privada.
Os dois primeiros eram indicados da Família Beltrão. Osmar Lisboa, por sua vez, era indicação do deputado estadual Inácio Loiola. Tanto Loiola quanto os deputados eleitos da Família Beltrão apareceram numa foto, na semana passada, ao lado de outros parlamentares e do deputado Marcelo Vítor, que é candidato a presidente da ALE. O outro candidato é o deputado Olavo Calheiros, tio do governador e do qual tem todo o apoio para assumir a presidência do Poder Legislativo.
Nos bastidores, diz-se que as exonerações feitas por Renan Filho, que incluíram também a secretária de Cultura, Mellina Freitas, e o secretário de Assistência Social, Fernando Pereira, foram uma espécie de “retaliação” pelo fato dos deputados aos quais eles são ligados também apareceram na “foto dos 19” ao lado de Marcelo Vítor. É pouco provável, portanto, que os ex-vice-presidentes da Casal retornem aos cargos.
Na Companhia, pelo menos por enquanto, está mantido no cargo o presidente Clécio Falcão, que, nos últimos quatro anos, conduziu um processo de recuperação econômico-financeira da empresa, que saiu de um deficit de R$ 53 milhões por ano para três superávits seguidos de quase R$ 8 milhões – em 2016, 2017 e 2018. A Companhia voltou a investir com recursos próprios e firmou convênio de R$ 100 milhões com o Governo do Estado para novas obras.
Uma das mais expressivas fica justamente no Sertão, no município de Inhapi, que ganhou um sistema de abastecimento de água individual com captação direta no Canal do Sertão.
Portanto, se novas mudanças ocorrerem na gestão da Casal, não será por incompetência do atual presidente, mas sim por conveniência política – seja para agradar aliados da ALE, seja para dar novos rumos à empresa. E você, o que acha disso? Comente abaixo.
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