O deputado federal por Alagoas Givaldo Carimbão (Avante) vem de uma sequência de duas derrotas seguidas nas urnas: a primeira delas foi em 2016, quando disputou a prefeitura de Delmiro Gouveia, no Sertão do estado, e ficou apenas em segundo lugar. O vencedor foi o atual prefeito Padre Eraldo (PSD). A segunda, e mais recente, foi no último dia 7, quando não conseguiu se reeleger para mais um mandato de deputado federal.
Dessa forma, Carimbão encerra seu quinto mandato na Câmara Federal no dia 31 de janeiro de 2019, ficando sem mandato a partir de fevereiro.
Nos últimos dias, circulou por grupos de WhatsApp um vídeo em que vários políticos aparecem numa mesa, rodeando o candidato a presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. Um desses políticos é o deputado não reeleito Givaldo Carimbão.
Os políticos fazem várias orações e um deles põe a mão sobre a cabeça do candidato enquanto reza. Carimbão, sentado ao lado de Bolsonaro, segura no braço dele (veja vídeo abaixo).
Muitos apoiadores do deputado alagoano consideraram a atitude dele, que agora apoia Bolsonaro no segundo turno, como uma traição à sua própria história. Isso porque, nas principais votações na Câmara, Carimbão esteve em lado oposto ao do também deputado federal Jair Bolsonaro.
Alguns exemplos: Carimbão votou contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef (PT), enquanto Bolsonaro votou a favor; Carimbão votou contra a Reforma Trabalhista, já Bolsonaro votou a favor; Carimbão votou contra a PEC de congelamento dos gastos públicos, enquanto Bolsonaro votou favorável a ela.
Carimbão foi aliado e defensor dos governos de Lula e Dilma, ambos do PT. Inclusive, em várias ocasiões, indicou o dirigente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas, órgão federal cuja nomeação do superintendente é feita pelo presidente da República – em geral em atendimento a parcerias com políticos de cada estado.
Neste segundo turno de eleições, o PT, de quem Carimbão foi aliado e defensor por vários anos, possui um candidato na disputa: é Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação nos governos de Lula.
Porém, quem aparece na frente nas pesquisas de intenção de votos é o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Por essa razão, alguns analistas políticos locais entendem que, ao se aliar a Bolsonaro, Carimbão busca garantir influência na indicação de nomes – que pode ser inclusive ele próprio, tendo em vista que ficará sem mandato em 2019 – para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), que é vinculada ao Ministério da Justiça (MJ).
Em Alagoas, ao contrário do que muita gente especula, Carimbão não assumiria a Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev) no governo de Renan Filho (MDB). Segundo pessoas ouvidas pelo Blog, ele poderá indicar o filho, Carimbão Júnior, para o cargo, uma vez que este também não conseguiu se reeleger deputado estadual.
A Seprev desenvolve em Alagoas políticas de acolhimento e tratamento de dependentes químicos e, em algumas dessas ações, conta com apoio da Senad. Assim, pai e filho poderiam trabalhar juntos na mesma área, um em âmbito federal e outro com ações locais.
Vale ressaltar que isso é, portanto, uma possibilidade. Resta aguardar a manifestação do deputado, que deverá explicar por quais razões ele realmente está apoiando o candidato Bolsonaro. Por outro lado, ele pode ter ido visitar o candidato à Presidência apenas para participar da oração, sem que necessariamente vote nele. E você, o que acha disso? Comente abaixo.
Utilize o formulário abaixo para comentar.