O ex-vereador por Delmiro Gouveia e ex-secretário municipal de governo e agricultura, Jamil Cordeiro (PMDB), falou sobre a pré-candidatura a vereador do município, na tarde desta segunda-feira (2), durante entrevista ao programa jornalístico Tribuna Popular. A conversa ao vivo foi coordenada pelo jornalista e radialista Jota Silva, apresentador do referido programa da rádio Correio FM de Delmiro Gouveia.
“Nem todos os delmirenses me conhecem, mas quem me conhece sabe quem é Jamil Cordeiro. Minha trajetória vem desde meu nascimento. Praticamente toda minha vida foi vivida em Delmiro Gouveia, saí algumas vezes para estudar e trabalhar fora, mas ao menos 46 anos de minha vida foi vivida aqui e convivida com todos os delmirenses”, frisou Jamil.
Confira o restante da entrevista:
Quando foi que você entrou para a política?
Fiz política a vida toda. Sempre participei ativamente de todos os movimentos. No início convivíamos com a ditadura militar que foi terrível, participei de movimentos estudantis nesta época e sei como foi ruim para o país e para os brasileiros.
Quando foi que você teve o primeiro cargo eletivo?
Em 1983, retornei de Recife onde estudei, pois sempre achei necessário estudar, se capacitar, porque não entendo uma pessoa que se propõe a disputar cargo eletivo e não esteja preparada. Claro que preparo não é sinônimo de eficiência e de qualidade. Como sempre tive amor pela cidade, e quando retornei no referido ano, em Delmiro existia duas correntes.
Naquela época a população entendia que José Bandeira era o representante da ditadura. Junto com um grupo busquei conversar com Amilton Santana Cardeal, pois já havíamos o apoiado para deputado e buscamos se filiar ao então MDB, que hoje é o PMDB. Porém, se filiar era autorizado, mas ser candidato a vereador era uma coisa muito complexa, pois ele dizia que já tinha um candidato a vereador, que era Antônio Pedro Filho, conhecido como “Escurinho”, e que ele já era vereador e representante do partido no município. Como não existiu a possibilidade de sairmos candidatos pelo MDB, decidimos apoiar a candidatura de José Serpa de Menezes, representante do PDS2, que era tido como oposição. Saímos candidatos a vereadores pelo PDS2 e apoiamos José Serpa e nesta eleição nós ganhamos. Eu e Luiz Correa dos Santos, conhecido como “Luiz de Dom”, nos elegemos pelo partido.
Meu último mandato de vereador foi em 1997, com Luiz Carlos Costa, conhecido como “Lula Cabeleira”, sendo o prefeito de Delmiro.
Depois de ficar como suplente nas eleições de Maceió, você retornou para Delmiro. Qual o motivo do retorno?
Vim e fui secretário de governo. Ainda tive o mesmo cargo durante o mandato do ex-prefeito Marcelo Lima e neste período aconteceram cosias desagradáveis, pois disse a ele que se eu fosse secretário ele não continuaria no cargo, porque não iria aceitar o que estava acontecendo no município. Acabou que ele foi cassado.
O mesmo aconteceu com Cazuza, ele assumiu a prefeitura de Delmiro e me convidou para ser secretário de governo e tive a mesma posição, pois ele fazia a mesma coisa de Marcelo. Ele me garantiu que iria mudar, mas quando assumi a secretaria ele foi cassado.
Depois disso, Luiz voltou a ser prefeito e Adeilton me chamou para retornarmos. Foi onde assumimos a secretaria adjunta de cultura. Fizemos um trabalho junto com a Wilma e culminou comigo sendo secretário de governo e de agricultura.
Você entra na disputa mais uma vez. O que você traz de novo?
O que me traz e me faz disputar uma eleição de vereador novamente em Delmiro Gouveia é a necessidade da câmara de vereadores se transformar na casa do povo. Isso parece ser balela, mas quando eu falo isso é que o Poder Legislativo abra as portas para discussão junto com a sociedade civil organizada para que se possa construir uma agenda mínima de trabalho para se efetivar nos próximos quatro anos, ou seja, a câmara é o caminho natural para que se faça um planejamento para definir o que é melhor para Delmiro. Passando para a sociedade o que realmente temos e o que temos condições de fazer, garanto e não tenho dúvidas que no momento em que o Poder Legislativo abrir as portas para receber essas informações junto da sociedade, a cidade será muito melhor.
Quero ser o instrumento dessa abertura, ser o instrumento de tentar e conseguir, se Deus quiser, ao final dos quatro anos termos uma câmara respeitada. Não levanto questionamento em relação à conduta de ninguém. Garanto que se transformarmos a câmara de vereadores na casa do povo e abrir as portas para a sociedade irá melhorar muito, porque existe uma perspectiva de termos Givaldo Carimbão como prefeito da cidade, um sujeito que militou toda a vida na esquerda, sabe e convive com os problemas sociais existentes no Estado de Alagoas. Existe todo um clima para que Delmiro seja muito melhor do que convivemos.
A participação da sociedade é muito importante e a câmara e o vereador são os objetos pelos quais se conseguem os objetivos. A população tem que está perto e eu clamo para que fiquem juntos da gente, porque Jamil sem o povo não é nada. Quero implementar essas e outras ideias que virão a serem construídas na conversa junto com a sociedade de Delmiro Gouveia.
Foto: Pauleandro Silva |
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