Apesar de as últimas pesquisas indicarem a possibilidade de vitória Lula (PT) já no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, acredita que irá para o segundo turno. A equipe de campanha, porém, segue em alerta em razão da alta rejeição.
Até agora, conforme as pesquisas, a rejeição a Bolsonaro segue na casa dos 50%, enquanto a de Lula está na casa dos 30%, e a estratégia da campanha de Bolsonaro de aumentar a do petista não tem surtido efeito.
Diante disso, a expectativa entre integrantes da campanha de Bolsonaro é que os ataques a Lula aumentem.
No comitê de campanha de Bolsonaro, ninguém diz acreditar que a eleição possa ser decidida já no primeiro turno.
A fala de Bolsonaro sobre ganhar no primeiro turno, embora apareça em todas as pesquisas em segundo lugar, é, na avaliação de aliados, uma forma de manter os apoiadores mobilizados, evitando passar a imagem de que já estaria "jogando a toalha".
Segundo coordenadores do comitê, os levantamentos internos indicam que haverá segundo turno.
O grande problema para o atual presidente da República, diz sua equipe, é a elevada rejeição. Todo trabalho feito para reduzi-la não mostrou resultados, e o índice segue acima de 50%, patamar proibitivo e que inviabiliza a reeleição.
Assessores de Bolsonaro reconhecem, ainda, que não conseguiram atingir o objetivo traçado nas últimas semanas: elevar a rejeição de Lula.
Mesmo com o programa eleitoral de Bolsonaro elevando o tom dos ataques contra Lula, a rejeição do ex-presidente se mantem abaixo dos 35%.
Agora, há um debate interno na campanha bolsonarista sobre qual poderia ser o efeito de aumentar ainda mais a artilharia contra Lula, podendo até aumentar a rejeição a Bolsonaro.
Postura de Lula
Por sinal, a ordem dentro do comitê de Lula é adotar a estratégia do "bateu, levou", respondendo com peças publicitárias os ataques de Bolsonaro.
Nesta terça-feira (20), por exemplo, a campanha do petista já adotou essa tática, veiculando um comercial com duros ataques a Bolsonaro, relembrando:
- o comportamento do presidente durante o auge da Covid;
- o caso da compra de imóveis com dinheiro vivo;
- declarações em que Bolsonaro defende a tortura.
Dentro do comitê de Bolsonaro, a avaliação é que o comercial pode desgastar a imagem do presidente junto a eleitores indecisos.
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