O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), defendeu a necessidade de “moderação política” para que o Brasil volte a crescer. Em entrevista nesta terça-feira, 10, o ex-juiz reafirmou seu objetivo na política: romper a polarização Lula–Bolsonaro e defender pautas essenciais, como o combate à corrupção e o fim do foro privilegiado. “Meu entendimento é que teríamos que construir uma candidatura de centro unificada para que pudéssemos vencer os extremos, que estão se radicalizando cada vez mais. Temos visto debates e discursos acirrados. Meu entendimento foi fazer esse movimento em direção ao União Brasil para ajudar a construir esse centro unificado ou candidatura dentro de um partido mais estruturado e robusto”, iniciou, mencionando a troca do Podemos pela nova legenda.
Questionado sobre seu futuro político, Sergio Moro confessou que “ainda não decidiu”. Ele se esquivou de confirmar uma possível candidatura ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados, da mesma forma que não falou sobre desistência da disputa do Planalto. Com a mudança de partido, segundo o ex-juiz, o momento atual é de construir seu papel na legenda, conciliando seus desejos e as expectativas das lideranças. “Não posso chegar e dizer ‘sou o dono da bola e faço o que quiser’. Claro que tenho um nome relevante politicamente, mas vai ser construída essa opção dentro do partido. Vai ser uma decisão que compete a mim, mas também às lideranças partidárias e vamos definir a melhor posição para o futuro do Brasil”, acrescentou o político, que chegou a ser considerado pré-candidato à presidência da República pelo Podemos. O prazo de Moro para a definição da sua posição nas eleições 2022 acaba com as convenções partidárias, em 5 de agosto. “As coisas vão se afunilando”, reforçou.
O ex-juiz considera que, independente do cargo político escolhido, o mais importante é a defesa das “bandeiras essenciais” que ele carrega: combate à corrupção, autonomia da Polícia Federal, fim do foro privilegiado, reforço da segurança pública e redução da criminalidade violenta. “A minha volta ao Brasil e a continuidade na política é porque alguém precisa carregar essas bandeiras”, declarou Moro, que vê de forma “assombrosa” o silenciamento desses temas pela polarização na disputa presidencial. “Qual vai ser a minha posição ainda vou decidir com o partido, o mais importante é não deixar de lado essas bandeiras. […] As pessoas que têm preferência por mim reconhecem o que fiz na Operação Lava Jato, sabem o que fiz durante o governo e sabem que o principal é a coerência. Estou em posição diferente, mas sempre defendi as mesmas causas”, finalizou.
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