As redes sociais são o espaço por onde mais são disseminadas notícias falsas, principalmente porque a maioria dos internautas não checa a veracidade do conteúdo recebido e o repassa. Por isso, essa reportagem mostra como os administradores de grupos, jornalistas e as autoridades estão lidando com as fake news e quais medidas estão sendo adotadas por eles para combatê-las.
O jornalista Cecílio Almeida, morador de Salvador (BA), sugere que os administradores de grupos em redes sociais adotem medidas para combater as fake news. “Matérias depreciativas ou falsas matérias, falsas notícias, fake news, chegando ao grupo, imediatamente, você deve apagá-las e adotar providências de excluir o membro do grupo ou, então, adverti-lo”, sugeriu.
Baseado em decisões recentes do poder judiciário, o jornalista alerta os administradores de grupos em redes sociais quanto à responsabilidade que têm perante a Justiça sobre o que é publicado pelos membros. “O Poder Judiciário já reconheceu que o administrador do grupo é civilmente responsável por tudo que é publicado, se, ao publicar, ele não adotar providencias de eliminar o membro do grupo e fazer as correções devidas do que foi divulgado, inclusive com os pedidos de desculpa de praxe que são necessários”, finalizou.
O radialista e administrador de vários grupos de notícias no Whatsapp, André Henrique, diz que tem dificuldades em combater as notícias falsas porque não consegue checar a quantidade de informações provenientes de fontes não confiáveis postadas diariamente pelos membros. “Tenho muitas dificuldades para tentar consertar o erro de algumas pessoas. Um dos maiores problemas é que, dificilmente, recebemos esse tipo de informação ou notícia da fonte original”, explicou o profissional de Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas.
As redações jornalísticas passaram a ter uma atenção maior quanto às fakes news, principalmente porque elas também chegam aos repórteres como sugestão de pauta. O jornalista Diego Barros, editor do Correio Notícia, relata a responsabilidade que tem à frente da função. “Nós temos que ir na fonte geradora daquela informação para confirmar ou para refutá-la. Nossa responsabilidade enquanto editor de site ou repórter é maior do que a do cidadão comum que apenas recebe aquele material e decide pelo senso de valor que ele faz se repassa adiante ou não”, afirmou.
Para o jornalista morador de Maceió, capital de Alagoas, a facilidade que qualquer pessoa tem para divulgar informações nas redes sociais tem contribuído para a propagação de notícias falsas na internet. “É justamente essa possibilidade concedida a toda população por meio das redes sociais que aumenta mais ainda o perigo que pode ser causado pelas fake News”, concluiu.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelam que 67% da população do Brasil, com idade acima de dez anos, estão conectados à internet. Levando em consideração esse percentual e a possibilidade de interferência das notícias falsas nessas eleições, em abril deste ano, quando presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Fux garantiu que a Justiça Eleitoral tem adotado medidas para evitar a propagação das fake news.
“O rastreamento, visando procurar a fonte de onde emanam essas fake News, retirar essas propagandas enganosas de circulação e, a posteriori, empreender as punições cabíveis, previstas na lei eleitoral”, disse o ministro em entrevista ao canal da Justiça Eleitoral no Youtube.
O Facebook e o Google trabalham em projetos para acabar com essa disseminação de notícias falsas, por outro lado, alguns sites já fazem esse procedimento através da checagem de notícias consideradas falsas. No entanto, especialistas da área da tecnologia da informação defendem que, entre todas as medidas, a melhor maneira de combater as fake news é a conscientização das pessoas para que não repassem nenhuma notícia antes de fazerem pelo menos uma pesquisa na internet para checar a veracidade dela e que não deve compartilhar de forma nenhuma caso seja comprovado que é falsa.
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