Mais de uma vez, o presidente Jair Bolsonaro repetiu que encontrou no Distrito Federal jovens venezuelanas que supostamente estariam se prostituindo nas ruas da capital. Já a recém-eleita senadora Damares Alves insiste, sem apresentar qualquer prova, no relato de que garotas estariam sendo submetidas a tráfico humano na ilha do Marajó.
Embora os discursos do governo Bolsonaro se sustentem na defesa moral das crianças e adolescentes, o orçamento para as pautas de proteção infantil foi drasticamente reduzido nos últimos anos.
Em 2020, quando houve uma explosão dos casos de violência infantil e abuso sexual contra crianças e adolescentes, a pasta de Damares não executou nem metade do orçamento de R$ 900 milhões, aponta Fabiana Moraes, professora da Universidade Federal de Pernambuco e colunista do Intercept Brasil.
“É a lógica de manter a questão dentro de um discurso moral, não social ou de classe”, diz. "Isso coloca o problema para uma outra ordem e não relaciona por exemplo esses índices de violência ao próprio governo Bolsonaro."
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