O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Marcus Vinícius Braga, pediu demissão na manhã de hoje. A saída dele ocorre quatro dias depois de Wilson Witzel (PSC) e da cúpula do governo fluminense terem sido alvo da Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
De acordo com a Polícia Civil do Rio, Braga será substituído pelo também delegado Flávio Marcos Amaral de Brito, que ocupava o posto de subsecretário de Gestão Administrativa até então. Brito também já ocupou a Subsecretaria de Inteligência. A tendência é que a mudança no comando da Polícia Civil do Rio seja oficializada no Diário Oficial da próxima segunda-feira (1).
Essa é a terceira mudança no primeiro escalão do governo do Rio desde a Operação Placebo, que investigou indícios de participação de Witzel, da primeira-dama Helena Witzel e de secretários em supostos desvios ocorridos em contratos emergenciais para o combate ao coronavírus. Nesta sexta-feira, o governador já havia demitido os secretários André Moura (Casa Civil) e Luiz Claudio Rodrigues (Fazenda), Ambos foram substituídos por nomes ligados ao secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, braço-direito de Witzel e também investigado no âmbito da Operação Placebo.
Witzel também foi obrigado a fazer mudanças em sua relação com a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Após a ação da PF, o deputado estadual Marcio Pacheco, colega de partido do governador, decidiu abandonar o posto de líder do governo na casa após ver Lucas Tristão —que enfrenta forte desgaste na Alerj— se fortalecer no Executivo. Ele foi substituído por Jair Bittencourt (Progressistas), vice-presidente da Assembleia e ex-secretário de Agricultura na gestão de Luiz Fernando Pezão (MDB).
Ainda na Alerj, Witzel foi alvo de três pedidos de impeachment nesta semana, apresentados pelas bancadas do PSDB, do NOVO e pela ala bolsonarista do PSL.
Além das três mudanças no secretariado, Witzel foi obrigado a anular a nomeação de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde, para a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19 — criada para amparar o médico, que também é investigado nas denúncias de irregularidades na saúde do Rio.
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