O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a culpar, na quarta-feira (18), os governadores pela alta no preço do gás e da gasolina. Durante a cerimônia de entrega de 500 moradias do programa Casa Verde e Amarela, em Manaus, o chefe do Executivo atribuiu parte da responsabilidade da crise econômica aos Estados. “Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘Fique em casa que a economia a gente vê depois’”, iniciou o presidente. “Essas pessoas jogaram, praticamente na miséria, em torno de 40 milhões de pessoas no Brasil”, afirmou Bolsonaro, em referência à imprensa e aos governadores. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que estava sentado ao lado do chefe do Executivo e discursou antes de Bolsonaro, foi recebido com vaias pelos presentes no evento.
O presidente apontou que, como o governo federal zerou o imposto federal do gás de cozinha, o aumento no preço do botijão é uma consequência dos impostos estaduais, do valor do frete e da margem de lucro calculada pelas empresas. “Muitos reclamam, com razão, do preço do botijão de gás, que está na casa dos R$ 130. Realmente, é um absurdo. Mas vou dizer a vocês que o botijão de gás custa, na origem, R$ 45 e o governo federal simplesmente zerou o imposto federal para o gás de cozinha. Se chega a R$ 130, a responsabilidade não é do governo federal, são impostos estaduais, bem como frete e margem de lucro”, disse Bolsonaro, que, em seguida, também atribuiu a alta nos combustíveis aos impostos cobrados pelos Estados.
“Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, e o imposto federal na casa de R$ 0,70, vamos ver quem é o vilão nessa história. O vilão não é o governo federal.” O presidente ainda aproveitou para cutucar seu adversário político, o governador João Doria (PSDB), sem citar o Estado de São Paulo abertamente. “A gente lamenta que alguns Estados do Brasil, como o maior Estado economicamente ativo, foi o Estado que mais aumentou o ICMS em plena pandemia. É lamentável isso”, criticou.
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