Ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou nesta quarta-feira (23), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve anunciar ainda nesta semana a extensão do auxílio emergencial por mais três meses, até outubro. O programa de transferência de renda foi reeditado em abril com previsão para ser encerrado em julho. A ampliação do benefício é discutida entre membros da equipe econômica e do Ministério da Cidadania, pasta responsável pela condução dos programas de assistência social. As novas rodadas devem manter as parcelas de R$ 150 a R$ 375 — com base de R$ 250, e o mesmo número de beneficiados, aproximadamente 40 milhões de famílias.
Em um evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Guedes também afirmou que novas bandeiras tarifárias devem ser implementadas para evitar o racionamento de energia por causa da crise hídrica. O ministro, no entanto, não detalhou sobre valores ou a extensão das novas modalidades de cobrança da tarifa energética. Guedes apontou a alta da energia, junto com a variação dos alimentos, como os grandes responsáveis pelo aumento da inflação, mas que a independência do Banco Central aprovada pelo Congresso permitirá que o aumento localizado não se dissemine para outros setores da economia. “A nossa inflação deu um salto, indo a oito e pouco nos últimos 12 meses, justamente pela comida e energia. A energia está vindo com bandeiras novas para evitar o racionamento lá na frente.”
O ministro também voltou a citar o lançamento de um programa para inserção dos mais jovens no mercado de trabalho com o apoio da iniciativa privada. A medida será composta pelo Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), pago pela União, e o Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ), custeado pelas empresas. Segundo Guedes, cada parte pagará entre R$ 250 e R$ 300 para que os beneficiados façam cursos profissionalizantes ou sejam integrados em programas de treinamento dentro das próprias empresas. A previsão é compreender mais de dois milhões de jovens entre 18 e 28 anos. “Não é um emprego. Se falar que é emprego, vem a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], vem todo mundo em cima”, disse o ministro.
Guedes também comentou sobre a aprovação da Medida Provisória (MP) que permite a capitalização da Eletrobras. Segundo o ministro, o resultado foi “vastamente positivo”. “Existem muitas críticas, mas o saldo é vastamente positivo. As reformas nunca são perfeitas, estamos em uma democracia”, disse o ministro. Guedes também citou a inclusão de “jabutis”, como são chamados os pontos que não tem relação com o projeto inicial, e disse que a maior parte deles “vai se dissolver no ar”. “Não vamos chorar muito pela Eletrobras, porque a meta de liberalização do mercado de energia vai continuar, e nós vamos chegar lá”, afirmou durante o evento da Fiesp.
Utilize o formulário abaixo para comentar.