O governo federal deve anunciar novas medidas para baixar os preços dos carros populares. A expectativa é de que sejam oferecidas linhas de crédito para o setor de fábricas, reduções tributárias, aumento do Índice de Nacionalização de Bens Manufaturados e um programa de financiamento para veículos. A expectativa é de que menos impostos sejam cobrados no setor automotivo. Mas, até agora, o governo corre na contramão, como explica o professor de Economia da FGV, Rogério Mori. “Às vezes eles fazem umas barbeiragens, como querer tributar plataformas de importação, queriam tributar isso, sites de apostas, reonerar combustíveis até as questões das disputas judiciais. […] Buscar recuperar essas questões pendentes de litígios tributários. Eles estão buscando esse tipo, que não são receitas recorrentes, Você arrecada isso de uma vez, uma vez que você reduziu esse litígio, você não terá isso como receita recorrente. Estamos falando de aumento de carga tributária, que deve ser a tônica daqui para frente”, disse Mori.
O objetivo do governo é que o mercado passe a oferecer carros populares que custem entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Atualmente, o modelo mais barato não sai por menos de R$ 68 mil. “Não é um carro popular. Acredito que a maioria da população não tem capacidade de adquirir um carro nesse valor. No passado, o veículo popular era uma coisa extremamente acessível, barata e com modelos bem mais afeitos. Acho difícil a gente ter algo que vai impactar na economia com esse tipo de medida”, diz o professor sobre os preços pretendidos pelo governo. Representantes do setor automotivo afirmam que as montadoras têm pouca margem de lucro na produção de carros populares e que reduzir os preços nas fábricas é difícil.
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