A equipe médica do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), em Natal, detalhou na noite desta sexta-feira (1º) a cirurgia realizada em Juliana Garcia dos Santos Soares, a mulher agredida com 61 socos dentro de um elevador, pelo namorado, o ex-jogador profissional de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, que está preso. O procedimento de reconstrução facial durou cerca de sete horas e envolveu múltiplas áreas do rosto da paciente.
Segundo Kerlison Paulino de Oliveira, um dos cirurgiões buco-maxilo-faciais responsáveis, a paciente apresentava fraturas graves na mandíbula, maxilar superior, osso zigomático (maçã do rosto) e também um trauma nasal mais discreto. “Não chegamos a contar o número de fraturas, mas havia lesões extensas e bastante fragmentadas em diferentes regiões da face”, disse um dos profissionais.
Para reconstruir os ossos danificados, foram utilizadas placas e parafusos. Em alguns pontos, a separação entre os fragmentos era tão grande que foi necessário empregar placas mais rígidas, com o objetivo de garantir a estabilidade óssea.
Apesar da complexidade, a cirurgia ocorreu dentro do esperado. No entanto, segundo os médicos, a chance de Juliana Garcia desenvolver sequelas permanentes é alta. “Lidamos com fragmentos distantes entre si. Mesmo com fixação adequada, há risco significativo de comprometimentos funcionais ou estéticos”, alertou a equipe médica.
Juliana segue em recuperação sob observação. Inicialmente, não houve necessidade de transferência para a UTI. A previsão é de que permaneça internada por pelo menos dois dias, mas a alta dependerá da evolução do quadro clínico. “Vou avaliá-la novamente ainda esta noite para definir os próximos passos”, afirmou o médico responsável.
Utilize o formulário abaixo para comentar.