O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, não enxerga como positiva a fusão do Democratas (DEM), legenda em que é filiado, com o Partido Social-Liberal (PSL), confirmada nesta quarta-feira, 6, e tem como resultado o União Brasil. Na visão do membro do governo, a junção apaga a história do partido. “Para todos aqueles que tem uma história construída na defesa das ideias liberais foi um momento muito triste no Brasil. Vou lembrar do Lula, em 2010, um de Joinville disse que tinha que extirpar o PFL, ou DEM, já naquela época, da política brasileira, nós sobrevivemos. Naquela eleição foi eleita a menor bancada de oposição, éramos menos de 80 e o partido sobreviveu com 21 valorosos deputados e deputadas, que fizeram enfrentamento à tragédia que é o governo de Lula e depois da Dilma. O PFL, que se transformou no DEM, tem uma história de ter uma contribuição importantíssima na redemocratização do Brasil, o número 25 simbolizou isso em várias décadas e ver uma fusão que apaga essa história é muito triste”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 7, justificando o voto contrário à fusão.
“Tínhamos a expectativa que o número 25 fosse mantido, que o partido pudesse professar no seu estatuto o perfil de uma partido liberal conservador. O que temos é um partido liberalista, o que isso significa? Nada. Por fim, no próprio estatuto tem uma situação onde deputados, prefeitos e vereadores não têm voto na convenção nacional, é algo completamente contrário a tudo que simboliza a democracia e o Estado Democrático de Direito”, completou, afirmando que deve aguardar os “próximos passos” do novo partido. Ao ser questionado sobre a posição do União Brasil como base de apoio ao governo federal, o ministro afirmou que, majoritariamente, tanto os membros do DEM quanto do PSL votam favoráveis as propostas do Executivo. Ele reconheceu que os filiados estão “amarrados à circunstância da fusão” até março do ano que vem, situação que pode mudar futuramente.
“A fusão pode dar causa para saída de parlamentares? Pode, mas precisa de autorização do Tribunal Superior Eleitoral, no caso dos deputados federais, ou dos Tribunais Regionais Eleitorais, no caso dos deputados estaduais. Então, estão todos no mesmo barco”, afirmou. Mesmo assim, independente da situação, Onyx Lorenzoni assegurou que mantém a expectativa de que a nova legenda esteja “ao lado do presidente que vem transformando o Brasil”. “Uma coisa que deixo claro sempre é meu compromisso de lealdade com o presidente Jair Bolsonaro. Comecei apoiar o presidente em maio de 2017, para fazer isso renunciei a secretaria-geral do DEM. […] Ajudei a coordenar o plano de governo, tive a honra de ser o ministro da transição, estou no meu quarto ministério, tenho compromisso com tudo que está sendo construído no Brasil”, assegurou.
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