Os efeitos nocivos da pandemia para a economia são inevitáveis. Não há nenhum país no mundo que escape. Por isso, a OMS recomenda aos governos que entrem em ação para proteger os cidadãos economicamente mais vulneráveis. E foi o que fez o governo do Reino Unido: começou a liberar ajuda financeira para que as empresas paguem os salários dos trabalhadores em isolamento.
Empresas fecharam as portas e trabalhadores ficaram em casa. O governo britânico também quer fazer a sua parte. O Tesouro começou a receber, nesta segunda (20), inscrições para o programa de ajuda. Só nos primeiros 30 minutos, foram 67 mil inscritos.
O sistema está sob pressão, mas foi reforçado: a capacidade é de 450 mil inscrições por hora. No outro lado da tela, 9.500 funcionários recebem os formulários online; cinco mil deles tiram dúvidas em bate-papo virtual.
O governo vai bancar 80% dos salários até 2.500 de libras, uns R$ 16 mil por mês. As grandes ou pequenas empresas só recebem ajuda se garantirem licença temporária para os trabalhadores ficarem em casa. Essa mesma cobertura também vale para trabalhadores autônomos. O governo verifica quanto a pessoa ganhou nos últimos três anos e traça um salário médio.
O dinheiro deve entrar na conta dentro de seis dias depois da inscrição. É o tempo que o Tesouro britânico precisa para se defender de fraudes como funcionários fantasmas, por exemplo.
As empresas britânicas vão receber ajuda de custos com a folha de pagamento. O governo também suspendeu a cobrança de impostos e pode emprestar dinheiro sem cobrar juros por até um ano. Esse apoio à economia duraria todo o período do surto no país.
O gasto do governo fica perto de R$ 300 bilhões. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico afirma que o confinamento é o melhor caminho no ponto de vista humano e financeiro. A pandemia teria impactos econômicos ainda maiores sem restrições sociais.
O FMI apoia o confinamento da população. Os países precisam combinar o isolamento social com gastos generosos nos sistemas de saúde, na testagem e nos suprimentos médicos. Em outras palavras, o país deve parar; o governo, não.
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