A avaliação é do biólogo Marcos Araújo, que coordena o Instituto SOS Caatinga. Ele esteve no município, nesta quarta-feira (4), acompanhado por outros técnicos da entidade e por agentes do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), e reuniu-se com profissionais da rede municipal de Saúde e de Meio Ambiente e com moradores que avistaram as serpentes no entorno de suas casas e na rodovia.

“Conversamos com os agentes de endemias, por exemplo, sobre a importância dos primeiros socorros para vítimas que sejam picadas. Fizemos várias perguntas aos moradores, como há quanto tempo as cobras estão aparecendo, onde elas são encontradas, entre outras. Realmente o surgimento é acima do normal. Ao contrário do que um morador disse num vídeo divulgado nas redes sociais, não foi o Ibama que soltou essas cobras na área de mata perto de onde eles vivem”, esclareceu Marcos Araújo.

“Acreditamos num conjunto de três fatores como causas: a época de acasalamento, por isso essas cobras saem da mata em busca de uma parceira; o fato da região ficar numa altitude mais elevada, com o período de chuva faz mais frio, e como esses animais são endotérmicos, eles dependem do calor do sol e do ambiente para se aquecerem, assim, procuram os terreiros das casas e o asfalto da rodovia, que retêm mais calor, para se manterem aquecidos; e também o próprio desequilibro ambiental, já que a área de mata fechada é restrita”, apontou o biólogo.

O Instituto SOS Caatinga vai retornar a Mata Grande para capacitar os agentes de endemias sobre como lidar com situações desse tipo e como agir em caso de picada por serpentes venenosas.

No último sábado (31), um morador do Sítio Barreiro, localizado na zona rural de Mata Grande, gravou um vídeo para alertar as autoridades sobre o aparecimento de grande número de cobras venenosas na região, principalmente a cascavel, cujo veneno pode ser mortal.

Cleidson, como ele se identificou na gravação, disse que na região existe uma área de mata chamada Serra da Lagoa, de onde, supostamente, as cobras estariam saindo. “Eu encontrei cinco cobras no terreiro de minha casa. E minha esposa quase pisa numa delas no batente da casa”, citou.

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