Um doador de médula óssea cadastrado no Hemocentro de Arapiraca (Hemoar) é compatível com um paciente dos Estados Unidos. O alagoano Miguel Oliveira de 34 anos natural de Pão de Açúcar, no interior do estado, vai poder salvar uma vida fora do Brasil.
O Hemoar comemora o 16º doador de medula óssea compatível cadastrado no município.
Parece pouco, mas o número é digno de comemoração. É que para a realização de um transplante de medula óssea, é necessário que haja total compatibilidade entre o doador e o recebedor da medula.
"A logística da medula óssea é diferente da doação de sague, ou seja, pra dar certo para alguém é um em 100 mil. Foi o caso de ontem, o Miguel natural de Pão de Açúcar, que foi compatível com um receptor fora do Brasil, nos Estados Unidos", explicou a assistente social do Hemoar, Ruth Neide.
De acordo com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), oito alagoanos já doaram medula óssea e 12 esperam por um doador compatível para fazer o transplante.
A assistente social Edineide Bidart explica que doação medula óssea não tem relação com coluna vertebral.
"Existe um mito que as pessoas têm, aquele medo de vir doar por conta de achar que é a coluna vertebral. Então a gente trabalha em cima dessa divulgação, dessa sensibilização, mostrando realmente que não tem nada a ver a coluna vertebral com a questão da médula óssea. Isso tem sido um foco muito importante para o resultado que a gente está tendo. Uma demanda, assim, além das expectativas", disse Edineide.
A vendedora Sibele de Oliveira Silva mora em Arapiraca. Foi ao salvar a vida do irmão, que ela descobriu a importância de se tornar uma doadora de médula óssea.
"Dos nove irmãos, eu fui a única compatível com meu irmão que naquela época precisou. Fiz a doação. É super fácil, prático. Depois é só comemorar e agradecer a Deus por ter salvador a vida de alguém", contou Sibele.
A universitária Beatriz Gomes foi ao Hemoar e falou da doação.
"Se tem alguém próximo que precisa, aí você sabe a necessidade. Você nem sabe o quão grande é ajudar alguém que precisa assim", disse Beatriz.
O Hemocentro de Arapiraca faz campanha permanente para estimular a doação.
"O primeiro passo é a idade, 18 a 55. Não estar doente. Estar bem de saúde e não ter tido câncer ou HIV. A partir daí, a gente faz a coletinha de 4ml e o endereço é o banco de dados do Instituto do Câncer, no Rio de Janeiro, que vai fazer a análise e a partir dessa análise é que vai se identificar a compatibilidade", explicou a assistente social do Hemoar.
E para ajudar na coleta, o ônibus do Hemoar percorre várias localidades em busca de doadores de sangue e de medula óssea.
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