A popularização da televisão e o surgimento do videocassete entre as décadas de 70 e 80 tiraram do cinema a prioridade que tinha no entretenimento, ocasionando o fechamento de várias salas cinematográficas no Brasil e no restante do mundo. Essa é uma avaliação do radialista Maurício Sandes, atual coordenador do Cine Pedra, situado na Praça Manoel Monteiro, centro da cidade de Delmiro Gouveia.
O radialista, que é um grande entusiasta do cinema, em 2013 liderou um projeto que resultou na reabertura do Cine Pedra, que estava sem funcionar desde 1993. “Como não tínhamos mais os equipamentos antigos, com ajuda da Fundação Delmiro Gouveia, conseguimos junto ao Ministério da Cultura dois projetores de última geração, depois pintamos a sala e colocamos assentos para voltar a receber o público”, relatou.
De acordo com Maurício Sandes, era realizada uma sessão todos os sábados, às 20h, e a entrada era gratuita para todos. “Os filmes exibidos eram escolhidos pelo próprio público. Publicávamos nas redes sociais duas opções, um lançamento e um clássico, e o que recebesse mais curtidas era exibido”, afirmou.
O projeto de manter o Cine Pedra funcionando gratuitamente não avançou por mais de 3 anos e ele voltou a fechar. “Estamos parados por falta de incentivo. Procurei a Prefeitura, mas, diante dessa crise, me pediram para dar um tempo. Só que já se passaram meses e por isso vamos recorrer ao apoio da iniciativa privada. A ideia é vender para comerciantes um pacote publicitário que será exibido antes das sessões”, finalizou Maurício Sandes.
Maurício Sandes e outros entusiastas lutam para manter cultura cinematográfica viva (Foto: Divulgação/Rede social) |
Atualmente a sala onde funcionou por décadas o Cine Pedra é utilizada como auditório das rádios Delmiro AM e FM.
A estudante Eloisa Silva, 18, diz que faz falta um cinema funcionando na cidade de Delmiro Gouveia. “Nossa cidade é bastante popular e muito frequentada, principalmente nos finais de semana, com isso, o cinema seria uma nova opção de entretenimento, atraindo não somente o público jovem, mas toda a família”, explicou.
O radialista Pauleandro Silva, 22, reclamou que para ir ao cinema precisou se deslocar de Delmiro Gouveia até a cidade de Arapiraca, um percurso de 165 quilômetros. “Seria muito bom ter um cinema em Delmiro para poder levar a namorada, a família, para assistir a um bom filme e comer uma pipoquinha”, disse.
Essa é a terceira parte da reportagem. Leia as outras partes:
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