O Brasil chegou a ter 20 a 13 no placar do terceiro set, mas viu a equipe do Comitê Olímpico Russo arrancar uma virada na reta final da parcial. Para o central Lucão, esse momento do jogo foi decisivo para a derrota brasileira na semifinal do vôlei masculino nas Olimpíadas de Tóquio, nesta quinta-feira (5). A última vez que o Brasil ficou de fora de uma final olímpica foi em 2000, em Sydney.
- Eles fizeram uma reviravolta no terceiro set. É complicado, porque você está jogando bem e vem uma pedra em cima de você. É f*** psicologicamente reverter isso. Mas a gente começou bem o quarto set. A gente estava na frente, mas eles começaram a ter confiança. Aquela confiança que eles tinham perdido ali no terceiro set, eles cresceram e fizeram o que melhor sabem: sacaram muito bem e dificultaram nossa virada de bola principalmente no final do terceiro set e no quarto set. A gente sabia que era uma equipe pesada. É um ponto forte deles a potência no saque, e geralmente isso acontece quando se tem confiança. A culpa foi nossa que colocamos eles no jogo. Depois que entraram no jogo fica difícil controlar. É muito difícil virar essa chave depois que você toma uma porrada como a gente tomou no terceiro set. - disse Lucão.
O Brasil já havia perdido para a equipe russa na fase de grupos dos Jogos de Tóquio por 3 sets a 0, mas começou muito bem na semifinal, vencendo o primeiro set. Só que os russos reagiram na segunda parcial e arrancaram a virada decisiva no terceiro set. Muito confiantes, fecharam o jogo no quarto set.
- São coisas que acontecem no esporte. Não é a primeira vez que a gente vê isso acontecer em Jogos Olímpicos, com várias seleções de travar às vezes em uma rede. Foi isso que aconteceu. Eles foram felizes com a entrada do Podlesnykh, que entrou firme no saque, travou aquela rede ali. São coisas que infelizmente acontecem no esporte. Que fique o aprendizado para que em momentos assim talvez a gente encontrar outras soluções - disse o técnico Renan dal Zotto.
Wallace não acredita que o time tenha pecado por excesso de confiança no terceiro set. O oposto afirma que a seleção travou diante do crescimento dos rivais.
- Não acho que seja excesso de confiança. Acredito que travamos de novo na rede. Isso é fogo, não pode acontecer com uma equipe como a da Rússia. Então, pegamos um preço caro. Não tem muito o que falar. Tem que dar os méritos para eles também. Erramos em alguns momentos, não conseguimos girar algumas bolas. Isso daí pesa bastante. Então, é pensar na disputa de terceiro. Jogar como se fosse uma final para tentar essa medalha.
O Brasil vai buscar o bronze contra o perdedor da outra semifinal, entre França e Argentina, à 1h de sábado. A Rússia, por outro lado, espera o rival pelo na briga pelo ouro.
- A gente lamenta demais não sair daqui com uma vitória. A gente queria disputar uma final, mas bola pra frente. Vamos dar parabéns à equipe russa, porque jogou agressivamente o tempo todo. A gente suportou um bom tempo e na metade do jogo em diante não conseguimos imprimir um ritmo forte de saque. Eles jogaram com o passe na mão, e é difícil jogar contra eles assim. Mas a garotada está de parabéns porque se entregou ao máximo. Agora vamos pensar em uma medalha de bronze - disse Renan.
Finais seguidas disputadas pelo Brasil em Olimpíadas
Atenas 2004: Brasil 3 x 1 Itália
Pequim 2008: EUA 3 x 1 Brasil
Londres 2012: Rússia 3 x 2 Brasil
Rio 2016: Brasil 3 x 0 Itália
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