Por determinação da Justiça, José Bruno Lisboa Teixeira Lima, conhecido como “Bruno Macaxeira”, 35, foi preso, nesta segunda-feira (6), em Maceió. Ele é acusado dos assassinatos de Cleberson Belarmino de Araújo, o “Clebinho”, 18, e Weslley Sharles Barros, 19, crime ocorrido no dia 12 de outubro de 2012, em Delmiro Gouveia.
Ele chegou a ser detido por uma guarnição da Polícia Militar, no dia 12 de janeiro deste ano, no Conjunto Castelo Branco, no bairro Jatiúca, em Maceió, depois de ser flagrado em frente do apartamento da ex-companheira, discutindo com ela e o atual marido dela. A mulher, de 27 anos, grávida de oito meses, relatou para a polícia que o ex-companheiro havia ameaçado de morte ela e o esposo, durante a confusão.
Bruno foi autuado em flagrante por ameaça, mas, conseguiu ficar em liberdade. Depois do ocorrido, por supostamente configurar transgressão de medidas cautelares da liberdade provisória que usufruía, ele teve a prisão preventiva referente ao assassinato de Clebinho e Weslley Barros decretada pelo juiz da 2ª Vara da Comarca de Delmiro Gouveia.
O mandado foi cumprido em uma ação integrada das polícias Civil e Militar, coordenada pelos delegados Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da Delegacia Regional de Delmiro Gouveia (1ª-DRP), e Cícero Lima, gerente da Gerência de Polícia Judiciária (GPJ4).
Os trabalhos foram acompanhados pelo diretor-geral da Polícia Civil, delegado Paulo Cerqueira, chefe do Comando de Policiamento de Área do Interior (CPAI-1), coronel Luiz Carlos, comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Sampaio, e o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Lima Júnior.
Bruno Macaxeira está preso à disposição da Justiça, na capital.
O crime
“Clebinho” e Weslley foram vítimas de disparos de arma de fogo, na Rua Joana Angélica, no bairro Pedra Velha, em Delmiro Gouveia.
Conforme o relato de testemunhas, “Clebinho”, que era homossexual, estava na rua, por volta das 22h, quando dois homens em uma motocicleta não identificada o surpreenderam com vários tiros. A vítima tentou escapar, mas foi atingida com um disparo no pescoço, não resistiu ao ferimento.
Durante os disparos, o jovem Weslley, que estava sentado em uma cadeira, na parte frontal da residência da namorada, acabou sendo atingido com um tiro no olho e morreu. Por pouco, a namorada não acabou sendo atingida também. Os assassinos fugiram tomando destino ignorado.
Para a Polícia Civil, Weslley estaria no local e hora errados, pois o alvo dos assassinos seria apenas “Clebinho”, que já havia sido detido em setembro de 2012, acusado de furto, ocasião em que sua participação no referido delito não foi comprovada.
Investigação
O delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da delegacia regional de Delmiro Gouveia, indiciou, em julho de 2013, os jovens Anderson Alves Quixabeira, conhecido como “Bob”, David Oliveira de Andrade e “Bruno Macaxeira” pelas mortes.
“Bruno Macaxeira” e David Oliveira já tinham sido ouvidos pelo delegado na ocasião em que foram intimados e compareceram à delegacia acompanhados de seus advogados. À época, o delegado adiantou que os dois acusados tinham entrado em contradição com relação aos álibis apresentados.
A investigação, que também contou com o apoio do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), apontou que o crime foi motivado por um desafeto oriundo de uma briga ocorrida em um estabelecimento conhecido como “Bar do Rubens”, quando “Clebinho” teria jogado um copo no rosto de um dos indiciados.
Depois da confusão, testemunhas contaram à polícia que os amigos “Bob”, David e “Bruno Macaxeira” haviam invadido a residência de “Clebinho”, mas ele conseguiu escapar da investida. Para o delegado, naquele momento os acusados tinham a intenção de assassinar o desafeto.
Ainda segundo a investigação, os acusados passaram a perseguir “Clebinho” pelas ruas da cidade, inclusive na semana do assassinato tinham sido vistos passando em um carro próximo da residência da vítima.
Rodrigo Cavalcanti detalhou durante a apuração do crime que o depoimento de uma testemunha ocular do crime foi determinante para o indiciamento dos acusados. A referida pessoa confirmou que presenciou o momento em que David Oliveira chegou ao local do assassinato na garupa de uma moto, desceu do veículo, pediu para “Clebinho” se levantar e efetuou os disparos de arma de fogo, sendo que um tiro o feriu fatalmente no pescoço e outro atravessou uma janela de vidro e atingiu o olho do jovem Weslley Barros, que estava sentado em uma cadeira de balanço, na casa da namorada.
A polícia acredita que Bruno Macaxeira ou “Bob” estivessem conduzindo a motocicleta utilizada no crime.
A mesma testemunha, que relatou ter sido ameaçada de morte por um dos indiciados, contou à polícia que no mesmo dia do crime ouviu “Bruno Macaxeira” e Davi Oliveira confessar que iriam matar “Clebinho” e que daquele dia não passava, e que inclusive naquela oportunidade eles estariam a cerca de 300 metros do local onde a vítima estava.
Ainda de acordo com os trabalhos investigativos, o monitoramento geográfico do celular de David mostrou com exatidão que ele estava no local do crime no mesmo horário em que aconteceram as mortes.
Rodrigo Cavalcanti deu o caso como elucidado e enviou o inquérito policial ao Ministério Público. A Justiça decretou a prisão dos acusados, mas, antes mesmo de serem presos, David e Bruno Macaxeira conseguiram na Justiça o benefício da liberdade provisória, que é concedido ao suspeito enquanto ele não for, de fato, condenado por um crime.
Bob, terceiro acusado do duplo homicídio, não teve direito ao mesmo benefício porque já respondia a outros crimes, como lesão corporal e tentativa de homicídio. Ele é considerado foragido da Justiça.
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