Um dos suspeitos do assassinato de Ricart Lino Moreira e Fábio Elias da Silva morreu em confronto com policiais e outro foi preso, na tarde desta terça-feira (3), por volta das 14h, na Rua Barão de Atalaia, no bairro Eldorado, em Delmiro Gouveia. O morto foi identificado apenas como “Danilo Cara de Buraco” e o preso trata-se de Carlos Antônio da Silva, conhecido como “Paulista”.
Segundo o delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da Delegacia Regional de Polícia (1ª-DRP), sediada na cidade, os dois e mais uma pessoa, não identificada, estavam em uma residência, mas, ao perceber os policiais, se evadiram pulando muros de outras moradias vizinhas.
“Umas quatro casas depois, “Danilo Cara de Buraco” atirou em direção dos policiais, que reagiram e o balearam. Apesar de ter sido socorrido e levado para o hospital, ele não resistiu”, relatou o delegado regional, acrescentando que o suspeito foi reconhecido por testemunhas como sendo quem efetuou os tiros que mataram Ricart e Fábio.
Ainda de acordo com Cavalcanti, na ação policial foi capturado Carlos Antônio da Silva, conhecido como “Paulista”, que, no dia do crime, utilizou um cartão de crédito em um estabelecimento da cidade, o que possibilitou a identificação dele e ajudou na elucidação do caso.
“Não tínhamos um mandado de prisão contra o Paulista, mas ele terminou preso em flagrante delito por porte ilegal de arma de fogo. O outro suspeito que estava junto com ele e Danilo Cara de Buraco conseguiu fugir”, disse o delegado, que tem o caso como resolvido, embora ainda precise esclarecer o motivo do crime.
Rodrigo Cavalcanti relatou que já tinha identificado os autores do duplo assassinato em menos de uma semana após o crime e que vinha monitorando-os desde então. “Há dois dias, sabíamos que eles estariam em Delmiro Gouveia, inclusive tomamos conhecimento do local onde ficariam. Com isso, planejamos a ação para prendê-los”, concluiu.
O crime
Segundo a Polícia Civil (PC/AL), Fábio Elias da Silva, 33, seria o alvo e Ricart Lino Moreira, 33, teria sido morto como queima de arquivo, ou seja, foi assassinado porque poderia ser uma testemunha que levaria a polícia até os criminosos.
“Os dois estavam juntos, quando, de acordo com testemunhas, um carro parou próximo, uma pessoa desceu e atirou em Fábio e depois em Ricart, que ainda tentou correr, mas foi atingido e morreu”, disse o delegado Rodrigo Cavalcanti, titular da Delegacia Regional de Polícia (1ª-DRP), sediada em Delmiro Gouveia.
Conforme o delegado, testemunhas relataram que o assassino era galego, de estatura baixa, trajava camisa amarela e bermuda ou calça jeans e calçava tênis. “Podemos adiantar ainda que ele atirou com uma pistola calibre .380”, acrescentou.
Para Rodrigo Cavalcanti, não há dúvidas de que a morte de Fábio foi premeditada e que se trata de execução. “Sabemos que ele vendia joias em Delmiro Gouveia e Petrolina, no Pernambuco. O crime pode estar relacionado ao negócio dele, mas também pode estar relacionado a uma questão pessoal. Quem matou estava com muita raiva”, disse.
De acordo com o delegado, Fábio viajava muito para a cidade de Petrolina, inclusive tinha chegado recentemente de lá, mas um levantamento da vida pregressa dele indicou que ele não tinha problemas aparentes, principalmente com drogas e envolvimento em crimes. “O mesmo aconteceu com Ricart, que trabalhava em uma loja da cidade e também levava uma vida tranquila na sociedade”, relatou.
Em meio à investigação, o delegado não descarta a possibilidade de que as vítimas tenham sido mortas por engano. Cavalcanti explicou que outra pessoa, cuja identidade foi preservada por ele, estava no local do crime e tinha acabado de sair, no momento do atentado. A suspeita é de que ela fosse o alvo da investida.
Imagens de câmeras de segurança do perímetro de onde aconteceram os assassinatos mostram o carro utilizado no crime. Vídeos mostram o momento em que um carro Volkswagen Golf, de cor branca e placa não identificada pelas imagens, surge do bairro Bom Sossego, passa em frente do local onde as vítimas estão e faz o retorno por trás do quarteirão.
Várias câmeras filmaram o veículo, de vidros escuros, mas nenhuma conseguiu capturar nitidamente a placa, no entanto, de acordo com o delegado Rodrigo Cavalcanti, uma equipe técnica da Polícia Civil está verificando as imagens e pode identificar a placa, levando a polícia aos autores do duplo homicídio.
Por outro lado, ainda segundo o delegado, uma testemunha informou que o carro teria placa do município de Petrolina (PE), mas que não havia conseguido anotar. “Ela relatou que o veículo passou muito rápido, o que lhe chamou a atenção, mas que conseguiu memorizar apenas o nome da cidade que viu na placa”, afirmou.
Não há imagens que mostram o momento do assassinato, mas o carro tem as mesmas características repassadas por testemunhas que presenciaram o crime.
Utilize o formulário abaixo para comentar.