As mortes de Emanuel Messias de Melo Araújo, mais conhecido como "Emanuel Boiadeiro", e Fabrício Barbosa dos Santos completaram dois anos nesta segunda-feira (1°). Eles morreram durante uma operação policial realizada em Belo Monte, na véspera da eleição municipal, que tinha por objetivo a prisão de supostos suspeitos de roubos a bancos.
Conforme a Polícia explicou na época, ao se aproximarem de uma residência onde os suspeitos estariam escondidos, foram recebidos a tiros. Houve um intenso tiroteio, que resultou na morte de Emanuel Boiadeiro e Fabrício Barbosa.
Mas não é essa a versão da família de Emanuel, que logo após a operação contratou o perito George Sanguinetti para emitir um laudo sobre o que de fato aconteceu na residência onde ocorreu o tiroteio.
Segundo Sanguinetti, “não houve confronto, houve execução com as vítimas deitadas nas camas”. A declaração foi dada por ele no dia 20 de dezembro de 2016, numa entrevista coletiva na casa dele, em Maceió.
“Os vestígios, o levantamento no local que realizei, mostraram que as vítimas não ofereceram nenhuma resistência, que não houve nenhuma reação, que foram executadas no quarto, exatamente na cama onde estavam deitadas”, colocou Sanguinetti, ainda na entrevista que concedeu à imprensa no dia 20 de dezembro de 2016.
“A porta da casa foi arrombada (onde estava Emanuel Boiadeiro). Houve violência, quebraram e ingressaram na casa, sem um mandado judicial, e de madrugada, 3h30 da manhã. Isso é inadmissível, não pode uma ação policial ocorrer nesta hora, e também não se pode executar friamente pessoas que não reagiram, que estavam deitadas”, acrescentou o médico legista.
“A prova que eles foram executados no leito eu tenho pelas manchas sanguíneas, numa quantidade imensa debaixo da cama de cada um. Então, o cenário da morte foi exatamente a cama, e há 9 perfurações acima da cama, além das que acertaram a vítima (o Emanuel), indicando que ele era o alvo que queriam executar. No quarto onde estava o Emanuel houve a maior quantidade de disparos. No segundo quarto, onde estava o Fabrício, ele foi executado sob a cama, ou seja, ele estava debaixo da cama, talvez tentando se abrigar”, explicou Sanguinetti, durante a coletiva em 2016.
Professor de medicina legal e coronel reformado da PM/AL, George Sanguinetti ganhou notoriedade nacional ao ter investigado as mortes de PC Farias e Suzana Marcolino, em 1996, e da menina Isabela Nardoni, em 2008.
RELEMBRE O CASO:
Sanguinetti conclui laudo sobre morte de Emanuel Boiadeiro e diz que houve execução
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